O interesse de toda a sociedade em relação aos pequenos negócios é explicado pelo seu grande significado político e econômico. Político porque as micro e pequenas empresas funcionam como fator de equilíbrio da estrutura empresarial brasileira e coexistem com as grandes empresas. Econômico porque geram grande número de empregos, por isso, contribuem muito na geração de receitas e na produção de bens.
No entanto, muitos empresários não conseguem manter as portas de suas empresas abertas por muito tempo. Pesquisas do SEBRAE-SP mostram que cerca de 58% das empresas de pequeno porte abertas em São Paulo não passam do terceiro ano de existência.
O que leva tantas empresas à extinção? O que faz com que outras sobrevivam aos trancos e barrancos?
O fracasso pode estar ligado à falta de dinheiro no mercado, escassez de recursos próprios, entrada de novos concorrentes e mudanças das políticas do governo. Mas, uma das causas mais freqüentes do fracasso está ligada, diretamente, aos próprios empreendedores, isto é, à falta de habilidade administrativa, financeira, tecnológica e mercadológica.
A força que empurra o empresário para o sucesso é, sem dúvida, a vontade de enfrentar o desafio de abrir o próprio negócio. Mas somada a essa vontade tem que haver a disposição para adquirir conhecimentos e para desenvolver comportamentos adequados a empreendedores bem-sucedidos. Pesquisas feitas com empresários de sucesso identificaram qualidades especiais comuns a todos eles e que foram responsáveis por garantir o seu lugar no mercado. Dentre uma destas qualidades, está a importância que os empresários dão ao plano de negócios, utilizado-o não apenas como um documento para captação de recursos, mas como uma ferramenta de gestão empresarial, sendo visto como um mapa que guiará a empresa ao seu destino e ao cumprimento de seus objetivos.
Neste fascículo vamos apresentar o tema "empreendedorismo e plano de negócios".
Porém, antes de iniciar precisamos esclarecer que o empreendedorismo pode ser tanto corporativo quanto de "start-up":
Empreendedorismo corporativo - procura trabalhar os conceitos do empreendedorismo e da inovação através de programas voltados ao desenvolvimento do perfil empreendedor de funcionários e executivos e na implementação de novos projetos e negócios corporativos. Aplica-se a empresas já constituídas, de médio e grande porte, através de treinamentos, palestras, seminários, workshops e consultorias.
Empreendedorismo de start-up - procura trabalhar com potenciais empreendedores e empresas inovadoras em estágio inicial de desenvolvimento, através de treinamentos, palestras e consultorias relacionadas ao empreendedorismo, plano de negócios, inovação e capital de risco.
PASSO 1 - ASSUMIR RISCOS
Esta é a primeira e uma das maiores qualidades do verdadeiro empreendedor. Arriscar conscientemente é ter coragem de enfrentar desafios, de tentar um novo empreendimento, de buscar, por si só, os melhores caminhos. É ter autodeterminação. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a lidar com eles.
PASSO 2 – IDENTIFICAR OPORTUNIDADES
Ficar atento e perceber, no momento certo, as oportunidades que o mercado oferece e reunir as condições propícias para a realização de um bom negócio é outra marca importante do empresário bem-sucedIdo. Ele é um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
PASSO 3 – CONHECIMENTO, ORGANIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA
Quanto maior o domínio de um empresário sobre um ramo de negocio, maior será sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de ensino, ou mesmo de "dicas" de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes. Possuir senso de organização, ou seja, ter capacidade de utilizar recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos de forma racional. É bom não esquecer que, na maioria das vezes, a desorganização principalmente no início do empreendimento compromete seu funcionamento e seu desempenho.
Determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu próprio patrão, enfim, buscar a independência é meta importante na busca do sucesso. O empreendedor deve ser livre, evitando protecionismos que, mais tarde, possam se transformar em obstáculos aos negócios. Só assim surge a força necessária para fazer valer seus direitos de cidadão-empresário.
PASSO 4 - TOMAR DECISÕES
o sucesso de um empreendimento, muitas vezes, está relacionado com a capacidade de decidir corretamente. Tomar decisões acertadas é um processo que exige o levantamento de informações, análise fria da situação, avaliação das alternativas e a escolha da solução mais adequada. O verdadeiro empreendedor é capaz de tomar decisões corretas, na hora certa.
PASSO 5 - LIDERANÇA, DINAMISMO E OTIMISMO
Liderar é saber definir objetivos, orientar tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos, estimular as pessoas no rumo das metas traçadas e favorecer relações equilibradas dentro da equipe de trabalho, em torno do empreendimento. Dentro e fora da empresa, o homem de negócios faz contatos. Seja com clientes, fornecedores e empregados. Assim, a liderança tem que ser uma qualidade sempre presente. Um empreendedor de sucesso nunca se acomoda, para não perder a capacidade de fazer com que simples idéias se concretizem em negócios efetivos. Manter-se sempre dinâmico e cultivar um certo inconformismo diante da rotina é um de seus lemas preferidos. O otimismo é uma característica das pessoas que enxergam o sucesso, em vez de imaginar o fracasso. Capaz de enfrentar obstáculos, o empresário de sucesso sabe olhar além e acima das dificuldades.
PASSO 6 - PLANEJAMENTO E PLANO DE NEGÓCIOS
Existe uma importante ação que somente o próprio empreendedor pode e deve fazer pelo seu empreendimento: planejar, planejar e planejar. No entanto, é notória a falta de cultura de planejamento do brasileiro, que por outro lado é sempre admirado pela sua criatividade e persistência.
Os fatos devem ser encarados de maneira objetiva. Não basta apenas sonhar, deve-se transformar o sonho em ações concretas, reais, mensuráveis. Para isso, existe uma simples, porém para muitos, tediosa, técnica de se transformar sonhos em realidade: o planejamento.
Muito do sucesso creditado às micro e pequenas empresas em estágio de maturidade é creditado ao empreendedor que planejou corretamente o seu negócio e reaLIzou uma análise de viabilidade criteriosa do empreendimento antes de colocá-lo em prática. Quando se considera o conceito de planejamento, têm-se pelo menos três fatores críticos que podem ser destacados:
1. Toda empresa necessita de um planejamento do seu negócio para poder gerenciá-lo e apresentar sua idéia a investidores, bancos, clientes e para seus parceiros, sejam eles fornecedores ou seus fUncionários,
2. Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos financeiros necessita de um plano de negócios da empresa requisitante para poder avaliar os riscos inerentes ao negócio, e
3. Poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de negócios. A maioria destes é composta de micro e pequenos empresários, os quais não têm conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio e projeções de faturamento. Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-lo objetivamente em um plano de negócios.
PASSO 7 - TINO EMPRESARIAL
o que muita gente acredita ser um "sexto sentido", intuição, faro empresarial, típicos de gente bem-sucedida nos negócios é, na verdade, na maioria das vezes, a soma de todas as qualidades descritas até aqui. Se o empreendedor reúne a maior parte dessas características terá grandes chances de êxito. Quem quer se estabelecer por conta própria no mercado brasileiro e, principalmente, alçar vôos mais altos na conquista do mercado externo deve saber que clientes, fornecedores e mesmo os concorrentes só respeitam os que se mostram à altura do desafio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o constante aumento do desemprego, muitos ex-fUncionários de empresas têm se jogado, sem qualquer preparo, na aventura de montar um negócio próprio, com o sonho de independência financeira, de liberdade e de ficar rico. A história tem mostrado que uma pequena parcela desses mesmos aventureiros, também chamados de empreendedores, são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico e crescimento do país. Porém, a grande maioria encontra uma nova decepção quando opta pelo negócio próprio e acaba conhecendo uma realidade cruel, a qual mostra quão vil é o mercado com aqueles que não estão preparados.
A economia de mercado não permite aos principiantes ou apenas sonhadores saírem vitoriosos. Isso não significa que se devem aceitar os fatos e deixar que o mercado sempre imponha as regras do jogo. Pode-se sim, com um planejamento eficaz, contínuo e, o mais importante, com uma análise realista, construir empresas de sucesso mesmo em tempos de crise. Para isso, o futuro empreendedor deve compreender as regras do jogo antes de jogar e se convencer, a partir de dados concretos, que há uma possibilidade de sucesso no futuro empreendimento.
O problema é que as ferramentas disponíveis a esses empreendedores, destinadas a fornecer-lhes suporte nesta tarefa, são mal compreendidas e precariamente utilizadas. O plano de negócios é um exemplo claro de ferramenta de gestão comprovadamente eficiente em muitos casos, mas que, em outros, pelo fato de não ser adequadamente compreendida, acaba não agregando valor à ação empreendedora e cai no descrédito.
Os fatores principais que levam a esse cenário são muitos, mas o principal é o fator cultural do brasileiro que não crê no planejamento e prefere errar e aprender com os erros. Essa experiência de aprender com os erros seria sempre válida se fosse possível repeti-la mais de uma ou duas vezes, o que geralmente não ocorre por diversos fatores, tais como quantidade de recursos escassos, tanto financeiros como materiais, e número limitado de investidores dispostos a investir.
Desta forma, é cada vez mais evidente e necessário que os empreendedores não apenas possuam as qualidades necessárias, mas principalmente, que vejam o planejamento, materializado por meio do plano de negócios, como a sua principal arma para construir ou levar o seu empreendimento a um crescimento com bases sólidas e rumo ao sucesso.
O tema é extenso, porém procuramos abordar os principais pontos de forma a apresentar a você quais os principais requisitos para ser um empreendedor de sucesso, seja dentro da empresa onde você trabalha ou naquela que você deseja constituir!
CASO DE SUCESSO
Tecnologia nano, resultados grandes
Criada por três estudantes da Universidade Federal de São cCrlos em 2004, a Nanox, especializada em soluções de nanotecnologia, hoje já tem como sócio um fundo de venture capital, o Novarum
Eles apostaram num negócio praticamente invisível, mas de demanda crescente: a nanotecnologia. Em 2004, Gustavo Simões, André Araújo e Daniel Minosi, ainda cursando química na Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo, decidiram abrir sua própria empresa, após receber um pedido do laboratório em que trabalhavam para que desenvolvessem um antimicrobiano para inox.
"Já tínhamos esta vontade de empreender, de montar um negócio, e tínhamos também o conhecimento para garantir o desenvolvimento tecnológico desta solução antimicrobiana", relembra o presidente, Gustavo Simões.
Na época, a empresa contou com um financiamento de R$ 2,1 milhões do programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Microempresa (Pipe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Isso nos permitiu trabalhar no desenvolvimento de produtos com nossos clientes, entre os anos de 2005 e 2006."
Em 2006, os sócios deram mais um passo importante e tomaram-se sócios do fundo de venture capital Novarum, que tem entre os cotistas empresas como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Coteminas e grupo Icatu. "Nos tornamos uma empresa S.A. e com isso surgiram novas demandas, como a elaboração de um plano de negócios que nos auxiliasse a explorar o mercado logicamente e a adoção da Governança Corporativa, que hoje está no nível 2 na Nanox", conta Simões. Os recursos captados também ampliaram os investimentos em marketing e permitiram a customização do produto. "A partir de 2007, passamos a explorar ainda mais o NanoxClean, principalmente para o segmento hospitalar, de linha branca (eletrodomésticos) e polímeros. A área hospitalar é um de nossos principais focos, porque a proposta de valor é facilmente percebida."
A empresa também desenvolveu duas outras linhas, a Nanox Barrier, com soluções para a conservação de materiais que sofrem processos de corrosão em altas temperaturas, e a Nanox Solutions, que produz equipamentos para a fabricação de nanopartículas e aplicação de resinas nanoestruturadas.
RISCOS E OPORTUNIDADES
A identificação de oportunidades tem estratégia definida e está escrita no plano de negócios. "Nosso plano de negócios foi elaborado para cinco anos é acompanhado a cada trimestre pelo Conselho de Administração, formado por quatro membros. Procuramos identificar clientes-alvo com produtos que tenham uma proposta de valor alinhada com a nossa. Não começamos pelo líder de mercado, mas sim pela segunda empresa, por exemplo, que é quem tem necessidade de inovar. Com isso, assinamos não só contratos de negócios, mas de parcerias." Os três sócios também aparentam ter uma outra característica fundamental ao empreendedorismo: a disposição em assumir o risco do negócio. "Ele está sempre com o empreendedor. Brincamos que os fundos de venture capital não trabalham com capital de risco, mas sim de certeza, já que o risco é nosso", brinca Simões. Correr riscos, sim, mas de forma calculada. "Sempre temos o plano A e o plano B, fazemos nossas análises - já que somos bastante exigidos em assuntos como margem de contribuição e retorno sobre o investimento - e, quando temos certeza, seguimos em frente. Acredito que nosso tino empresarial esteja na vontade de correr riscos e na necessidade de crescer. Nenhum de nós nasceu em berço de ouro, mas queremos que nossos filhos nasçam", conclui Simões.
SOBRE OS AUTORES
DAGOBERTO HAJJAR
Trabalhou 10 anos no Citibank em diversas funções de tecnologia e de negócios, 2 anos no Banco ABN-AMRO, e, 10 anos na Microsoft exercendo, entre outros, as atividades de Diretor de Internet, Diretor de Marketing, e Diretor de Estratégia. Atualmente, é Diretor Presidente da Advance Marketing.
SORAIA BARBI
Soraia tem mais de 20 anos de experiência na área de eficiência em processos empresariais tendo atuado por vários anos como principal executiva de uma empresa de desenvolvimento de sistemas e serviços Internet, acumulando grande conhecimento em gestão empresarial e gerenciamento de projetos. Nos últimos 4 anos tem atuado como consultora sênior da ADVANCE Marketing.
Formada em administração de empresas (FAAP) com pós-graduação em marketing (ESPM).
FERNANDO C. BARBI
Fernando é Gerente de Projetos especializado em TI com 18 anos de experiência nas áreas de Sistemas de Informação e Telecomunicações. Atuou na Procomp, Brasil Telecom, Dualtec, CTBC e em diversas empresas de VoIP. Certificado PMP pelo PMI. Mestre em Economia pela FGV/SP e professor da PUC/SR
DR. HENRIQUE FRANÇA
É formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), com especialização em finanças na Fundação Getúlio Vargas (EASP/FGV); com curso de Mestrado (LL.M) pela Boston University, EUA. Atou como consultor jurídico de empresas de diversos setores, incluído software, financeiro e comercial e autor de artigos publicados em jornais no Brasil e Revistas especializadas no exterior como Journal of Science & Technology Law, 1998 ("Legal Aspects of Internet Securities Transactions").
PROF. DR. JOSÉ DORNELAS
É um dos maiores especialistas nacionais em empreendedorismo e plano de negócios, autor de 6 best-sellers pela editora Campus: "Como conseguir investimentos para o seu negócio", "Planos de Negócios que dão certo", "Empreendedorismo na Prática", "Empreendedorismo, transformando idéias em negócios", "Planejando incubadoras de empresas" e "Empreendedorismo Corporativo", tendo sido, este último, finalista do prêmio Jabuti 2004. Detalhes em www.josedornelas.com.
RUY MOURA
Possui mais de 27 anos de experiência empresarial, dos quais 12 anos atuando como consultor em planejamento estratégico, engenharia financeira, operações de fusões & aquisições. Foi também diretor de diversas empresas nacionais e multinacionais nas áreas de comércio exterior, infraestrutura, energia e tecnologia da informação. Anteriormente, trabalhou no governo federal, em diversos cargos de direção e assessoramento na área econômica. Administrador com Pós-graduação em Engenharia Econômica pela Universidade do DF - Brasília. Atualmente, é Diretor da Acquisitions Consultoria Empresarial Ltda. (http://www.acquisitions.com.br)
SOBRE A ADVANCE MARKETING
A ADVANCE Marketing é uma empresa de treinamento e consultoria em gestão, vendas e marketing. Nossa missão é maximizar a performance das empresas através de consultoria em áreas vitais, desta forma, fortalecendo e tomando o canal de vendas e distribuição melhor preparado para competir. Para isso, contamos com uma grande rede de profissionais e escritórios em São Paulo, Miami, Califórnia, México, Argentina e Nova Zelândia. Fazem parte do nosso portfólio de clientes empresas como Microsoft, Oracle, IBM, Intel, Progress, Avaya, Cisco, Symantec, Serasa, Bematech e mais de 500 outras companhias.
Oferecemos ao mercado treinamento e consultoria nas áreas de:
• Plano estratégico e plano de gestão empresarial
• Empreendedorismo e Plano de Negócios
• Planejamento de marketing e canal
• Atividades de marketing e geração de demanda
• Planejamento de recursos humanos, motivação e remuneração
• Vendas - capacitação da equipe de vendas utilizando metodologias como Solution Selling, Target Account Selling, SPIN Selling, Value Selling e Strategic Selling
• Tele-vendas - eficiência máxima em atendimento e vendas por telefone
• Liderança e Coaching - treinamento de liderança para gestores
Adicionalmente, oferecemos serviços nas áreas:
• Pesquisas de mercado
• Atividades de marketing e geração de demanda
• Geração e acompanhamento de oportunidades