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UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

Empreendedorismo científico feminino é tema do evento 'Mulheres na Ciência', da Fundep UFMG (1 notícias)

Publicado em 25 de fevereiro de 2022

Por Assessoria de Imprensa UFMG

Pesquisadoras convidadas vão debater sobre desafios, jornadas de sucesso e o protagonismo de mulheres em projetos empreendedores

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), da UFMG, em parceria com o State Innovation Center e, a partir desta edição, com o BiotechTown, promove mais um encontro on-line do projeto Mulheres na Ciência. O evento será transmitido pelo YouTube, no dia 4 de março, às 15h, e tem inscrições gratuitas.

Esta edição, com o tema Pesquisadoras & Empreendedoras, vai reunir convidadas para falar sobre empreendedorismo científico feminino, os seus desafios e as jornadas de sucesso. Neste momento de grandes cortes de subsídios à ciência, mudar as expectativas em relação à prática científica no Brasil tem sido muito necessário e uma das propostas levantadas na atualidade é a de transformar pesquisas científicas em negócios, um processo nada simples, ainda mais quando o gênero é mais um obstáculo a ser vencido.

No Brasil, existem pouco mais de 24 milhões de mulheres empreendendo, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em pesquisa realizada em 2019. Os dados revelam ainda que esse grupo injeta na economia, em média, aproximadamente R$ 830 milhões. Além disso, a taxa de mulheres que começam a empreender por necessidade é 12% maior do que a de homens e, mesmo assim, as donas de negócios faturam 22% a menos.

“As mulheres são protagonistas de projetos empreendedores em diversos campos da sociedade, tais como: no campo tecnológico, econômico, social, político, artístico, administrativo, criativo e outros diversos, porém a representatividade em posições de lideranças ainda é limitada. Ocupamos muitas funções de base e aos poucos estamos modificando esse panorama, fortalecendo nossa presença em locais nos quais a liderança feminina ainda é estatisticamente pequena”, conta a professora Patrícia Robles, do Departamento de Química da UFMG, que será uma das participantes do evento.

E a conciliação entre empreender e fazer ciência? Segundo a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), o Brasil tem a maior porcentagem de artigos científicos assinados por mulheres na América Latina e na comunidade ibero-americana. Entre 2014 e 2017, o país publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras e a proporção de mulheres inventoras no país subiu de 11% para 17% nos últimos 20 anos, de acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Participantes

Mona Oliveira

É fundadora e uma das idealizadoras da startup BioLinker, empresa de soluções para síntese e purificação de proteínas recombinantes, que em 2019 foi premiada como umas das Top 500 melhores startups do mundo na área de biotecnologia pelo projeto que coordena. Doutora em Bioquímica e Nanotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP | Brasil) e Jožef Stefan Institute (IJS | Eslovênia). Durante sua carreira acadêmica acumulou prêmios e menções honrosas pelo desempenho e excelência científica, publicando em anais e revistas de renome internacional. Atualmente é chefe científica e trabalha no desenvolvimento de Projetos Inovativos de Pequenas empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Com dois anos de fundação a BioLinker foi aprovada para diversas acelerações, fechou contratos com grandes indústrias e institutos do Brasil e do mundo e vem conquistando seu objetivo de revolucionar o jeito de fazer proteína recombinante no mundo.

Patrícia Robles

Patricia Robles é professora no Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seu grupo de pesquisa, CatTec, tem investido na prospecção de tecnologias no setor de química fina e participado de vários programas de aceleração em empreendedorismo tecnológico. A pesquisadora foi co-fundadora da startup EssencialTech, voltada para hard science, especificamente no mercado de óleos essenciais e seus derivados. Possui patentes depositadas e concedidas junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Fez parte das equipes executoras de projetos para o desenvolvimento tecnológico por parte dos Programas Sebrae (Sebraetec, PII-Sebrae), Programa Primeiras Empresas (Prime-FINEP) e Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe-Fapemig). Recebeu prêmios do I2P Latin American (FGV) e Santander Universidades (categoria Empreendedorismo). Faz parte do time de gestão do Escalab/INCT-Midas-SENAI, centro de escalonamento em hard science e interações com o setor produtivo em várias áreas. Em conjunto com a iniciativa, coordenou o Programa de Inovação Aberta do Mining Lab Beginnings, da empresa Nexa.

Priscila Mol

É graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com PhD em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, também pela UFMG. Possui MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem experiência de mais de sete anos em Pesquisa & Desenvolvimento na área de Biotecnologia e Novos Biomateriais para saúde, inovação e empreendedorismo, além de atuação em desenvolvimento e gestão de projetos de unidades industriais em grandes empresas como Honeywell, Usiminas Mecânica e Petrobras. Atualmente integra a equipe do BiotechTown como Agente de Desenvolvimento de Negócios.

Juliana Saliba

É graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com mestrado e doutorado em Ciência Farmacêutica e pós-doutorado em Ciências dos Materiais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de pós-doutorado em Ciências da Vida pela Inserm Paris (França). Possui formação acadêmica como professora de tecnologia farmacêutica, cosmética e modelagem de negócios. Desde 2013 trabalha com inovação, estratégia da propriedade intelectual e empreendedorismo. Em 2018, ingressou no BiotechTown, onde trabalha na prospecção de novas tecnologias e startups, avaliando as oportunidades potenciais e fornecendo conhecimento sobre como transformar a ciência em benefícios para a sociedade. Tem mais de dez publicações científicas, orientou mais de 300 startups em estágio inicial e contribuiu para desenvolver o mindset empreendedor de mais de 2000 estudantes.

Manoela Dubeux

Psicóloga, MBA em Gestão Estratégica pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), especialista em Desenvolvimento de Times e Negócios, com mais de dez anos de mercado corporativo em Trade Marketing. Entusiasta dos Negócios de Impacto e Economias Sustentáveis. Empreendedora, fundadora e CEO da Power, edtech embarcada no Porto Digital e certificada como uma empresa WEPs, compromissada com a cultura da equidade de gênero e o empoderamento da mulher no Brasil, pela ONU Mulheres. Head de operações na Boomit Empreendedorismo. Mentora de negócios de impacto no Porto Social e de startups na Boomit. Líder de Comunidade na Manguezal, comunidade de startups do Recife e na Move, comunidade de startups do Nordeste.

Caroline Salvati - Mediadora

Bacharel em Biotecnologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e cursando mestrado em Biologia Celular e Molecular, também pela UFRGS. Já trabalhou em startups de Biotecnologia e corporações na área de Pesquisa & Desenvolvimento em Biotecnologia. Hoje é Analista de Inovação no State. Co-fundadora e líder de projetos e parcerias do Profissão Biotec, um movimento de fortalecimento e divulgação da área de Biotecnologia.

Quando: 4 de março, às 15h