A Embratel planeja investir US$ 1 bilhão para a instalação de uma rede nacional de fibras ópticas com transmissão digital de sinais nos próximos anos. Os investimentos das operadoras regionais poderão aumentar essa cifra para muito além de US$ 1 bilhão, de acordo com a Meredith Persily, instituição de pesquisa associada à Pyramid Research, baseada no Brasil.
A finalização da fase I dos 12 mil quilômetros da rede da Embratel está programada para meados de 1997. Esse segmento, de 7.274 km, estender-se-á de Curitiba a Natal. Natal é o ponto mais próximo da África no Brasil. A fase I também incluirá Brasília.
Esses planos representam uma fantástica oportunidade para os fornecedores internacionais de fibras ópticas, e muitas das rotas ainda não têm vendedores. Pelo menos cinco rotas ainda estão abertas: Brasília-Goiânia. Belo Horizonte Brasília. Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Florianópolis e São Paulo Curitiba.
Os fornecedores de equipamentos de transmissão por fibras ópticas que foram bem sucedidos no mercado brasileiro até o momento incluem a Siemens, NEC, Alcatel e Northern Telecom. Os fornecedores de cabos de fibras ópticas que estão firmando contratos incluem a Pirelli, Furukawa, Ficup e Simplex.
Há 27 companhias estaduais em operação no Brasil, muitas das quais tencionam instalar, a curto prazo, quantidades significativas de equipamentos de fibras ópticas e cabos. Como a Embratel, elas são hoje monopólios governamentais. As empresas operam sob a Telebrás, de alçada federal.
A Telesp, de São Paulo, construirá uma rota de 1.836 km, a curto prazo. A Telemig, que serve ao segundo maior centro industrial do país, está formando uma rede que cobre 2.775 km. O prazo para o término é o final de 1997. Duas das rotas estão sendo construídas em sociedade com a Embratel, de acordo com a Persily.
A Telesc, de Santa Catarina, está utilizando o equipamento de fibras ópticas Sicmens/Alcatel 622 Mbps. E a CTBC, que opera em vários estados, usa a Siemens como fornecedora.
A Telerj, do Rio de Janeiro, tem planos para a instalação de 770 km de redes.
Em seu relatório Telecom Markets in Brazil, a Pyramid calcula que a infra-estrutura de rede pública no Brasil possa atingir de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões até o final da década. No momento, o Brasil é o maior mercado protegido do Hemisfério Ocidental, mas isso provavelmente estará sujeito a mudanças. A legislação para a abertura de seus mercados à competição está no Congresso brasileiro.
"A curto prazo, o Brasil está considerando u abertura dos setores de satélite, serviços de valor agregado e celulares", segundo a Persily. "No longo prazo, visa-se a telefonia e a longa distância. Essa parece ser a opinião geral."
Para satélites, serviços de valor agregado e celulares, u Pirâmide estima que a legislação seja liberalizada entre 1995 e 1996, e os novos operadores privados devem receber permissão para operar antes do final do próximo ano. Quanto aos serviços básicos, a Pyramid acha que o processo levará mais tempo, ocorrendo por estágios até o final da década.
Além disso, Brasil e Portugal teriam esboçado um acordo para o estabelecimento de um cabo submarino de telecomunicações entre os dois países, a um custo de US$ 300 milhões.
INAUGURAÇÃO AMANHÃ
Procurada por este jornal, na última sexta-feira, a Embratel confirmou estas informações à jornalista Lidia Rebouças e informou que amanhã, dia 1º de agosto, a empresa estará inaugurando o trecho Rio de Janeiro- Belo Horizonte em cerimônia que deve contar com a presença do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, o presidente da Embratel, Dílio Sérgio Penedo e demais autoridades.
Notícia
Gazeta Mercantil