A Embraer, o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciaram um investimento compartilhado de R$ 48 milhões para criar um centro de pesquisa em engenharia para a mobilidade aérea. O acordo, firmado na última quarta-feira (25), terá duração de cinco anos.
Em comunicado, a Embraer afirma que a pesquisa irá reunir representantes da comunidade científica e profissionais da indústria aeronáutica e se fundamentará em três vetores: aviação de baixo carbono, sistemas autônomos e manufatura avançada. Com isso, a iniciativa cria um “ambiente favorável”, segundo a companhia, para formar recursos humanos qualificados e produzir publicações científicas de alto impacto.
“Tenho certeza que este CPE será um excelente exemplo de cooperação entre empresa, governo e academia com o propósito de contribuir para a definição da aviação zero carbono do futuro, gerando valor para a sociedade como um todo”, disse Luís Carlos Affonso, vice-presidente de engenharia, desenvolvimento tecnológico e estratégia corporativa da Embraer, em comunicado à imprensa.
A ideia da parceria é propor soluções tecnológicas para potencializar a competitividade da indústria aeroespacial. As instituições descreveram o escopo das pesquisas em conjunto, além das principais atividades necessárias para a concretização do trabalho.
“Essa iniciativa irá ampliar a formação de recursos humanos em áreas estratégicas, para Embraer, a FAB e a cadeia produtiva do setor”, afirma o reitor do ITA, Anderson Correia. “Também vai promover uma integração internacional para atender aos desafios da mobilidade aérea.”
De acordo com a Embraer, a parceria para a criação do centro de pesquisa irá “orientar e viabilizar as condições de transferência de tecnologia entre os atores industriais, públicos e do terceiro setor”. Na visão da empresa, com esses modelos de parceria, será possível, a partir da aplicação dos resultados de pesquisa, gerar novos negócios e “estimular a atividade empreendedora”.
A parceria de pesquisa com ITA e Fapesp ecoa os planos da Embraer para atingir zero emissões líquidas de CO2 nos voos até 2050. Com um bom histórico de trabalho com combustíveis sustentáveis, que inclui a operação da primeira aeronave certificada no mundo a álcool etanol, em 2004, a montadora brasileira vem firmando parcerias nos últimos meses para desenvolver formas alternativas de alimentação e, consequentemente, avançar seu projeto de descarbonização.
No fim do ano passado, por exemplo, foi firmado um acordo com a companhia americana Pratt & Whitney para um projeto de combustível SAF para a E195-E2 (na imagem acima), uma das principais aeronaves da empresa. O SAF é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleo de cozinha e resíduos sólidos urbanos. A ideia é que todas as aeronaves da empresa sejam compatíveis com o composto até 2030.