Que a Embraer (EMBR3) está com um ambicioso plano para trazer os eVTOLS (os carros voadores) para o mercado. No entanto, apesar de ser uma meta um tanto quanto futurista, a companhia não está poupando esforços para tirar este plano do papel.
Em outubro de 2020, a Embraer anunciou o lançamento da Eve, uma companhia dedicada a desenvolver e produzir os chamados “carros voadores” elétricos, posicionando a empresa num mercado com potencial de atingir US$ 35 bilhões em valor até 2035, de acordo com a consultoria Porsche Consulting.
Agora, a Embraer volta a reforçar sua vocação tecnológica, ao se juntar com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para a criação do Centro de Pesquisa de Engenharia (CPE), voltado ao desenvolvimento das tecnologias para a mobilidade aérea do futuro. Anunciado nesta quarta-feira, 25 de maio, durante evento para comemorar os 60 anos da Fapesp, o CPE tem por objetivo conduzir pesquisas relacionadas a tecnologias que podem ser adotadas pela companhia em suas aeronaves, conta Maurílio Albanese, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Embraer.
“Nós temos uma série de desafios na parte de autonomia e aviação de baixo carbono, e o CPE é uma grande iniciativa para lidar com essas questões, ao formar uma tríade entre governo, instituições de ensino e indústria, importante para o avanço tecnológico”, diz Albanese.
A ser instalado em São José dos Campos, interior de São Paulo e sede da Embraer e do ITA, o CPE vai concentrar sua atuação em três áreas: desenvolvimento de aeronaves que não emitam poluentes; pesquisa de novos materiais para aviões; e criação de sistemas autônomos para as aeronaves, com tecnologias que aprimorem a tomada de decisões e otimizem as trajetórias de voos.
A expectativa é que o centro entre em operação no segundo semestre deste ano, com cerca de 50 profissionais. Ele também contará com mais de 100 pessoas, entre bolsistas, pesquisadores e profissionais da Embraer, e estão previstos intercâmbios para promover e alavancar o conhecimento.
A ideia é também atrair outras universidades e instituições de ensino para participar do centro. Para viabilizar o CPE, a Embraer e a Fapesp se comprometeram a investir, cada uma, R$ 28 milhões nos primeiros dez anos de existência do centro. Metade do valor será aportado nos primeiros cinco anos, com o ITA entrando com R$ 20 milhões em contrapartidas em infraestrutura.