O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve em um evento na tarde deste sábado (17), em Jundiaí (SP) , onde reforçou que irá investir nas pesquisas para desenvolver uma vacina que poderá controlar a população do carrapato-estrela, principal transmissor da febre maculosa. Na última semana, foram confirmadas quatro mortes provocadas pela doença no estado e todas as vítimas estiveram presentes no mesmo evento, realizado na região de Campinas, no dia 27 de maio.
O estudo, conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), pretende fazer o controle da população do carrapato-estrela por meio da imunização de animais hospedeiros, como capivaras, cavalos e bois. Segundo o governador, durante entrevista à imprensa, as equipes estão fazendo todos os esforços para alcançar o resultado esperado. O trabalho ocorre em parceria com o Instituto Butantã.
"A gente tá fazendo todo esforço pra chegar nesse resultado. Estamos trabalhando com o Instituto Butantã. Não vamos poupar investimento, não vamos poupar estudo, não vamos poupar busca de informação, de conhecimento, pra tentar criar uma maneira mais efetiva de fazer o combate a esse grande mal", afirma.
Estudos da vacina Divulgado pela revista 'Parasites & Vectors', a pesquisa para a vacina contra a febre maculosa é financiado pela Fapesp e é desenvolvida há três anos.
O estudo revelou que o carrapato, após picar outros animais, só sobrevive por conta de uma proteína que ele mesmo produz. Ainda constatou que se os carrapatos que não tiverem um número expressivo dessa proteína, morreram.
Trabalhos anteriores do mesmo grupo da USP já haviam mostrado que, ao infectar o carrapato-estrela, a Rickettsia Rickettsii é capaz de inibir no hospedeiro um processo chamado apoptose (morte programada das células do aracnídeo), favorecendo o crescimento. Essa “sobrevida” dá à bactéria tempo para se proliferar e infectar novas células.
Casos suspeitos na região A Prefeitura de Itupeva (SP) informou, na manhã de sexta-feira (16), que investiga seis casos suspeitos de febre maculosa na cidade. A região de Jundiaí (SP) contabiliza, agora, 15 casos suspeitos da doença.
Dois destes casos investigados são de moradores que participaram de um evento no dia 3 de junho em Campinas (SP), na Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito de Joaquim Egídio, mesmo local onde ocorreu a "Feijoada do Rosa", no dia 27 de maio, e que quatro pessoas morreram com a doenças, entre elas, o piloto Douglas Costa, morador de Jundiaí (SP).
Leia também: Outro caso acompanhado pela Vigilância Epidemiológica de Itupeva é de uma moradora que procurou atendimento médico depois de sentir dores de cabeça e no corpo. O poder público também informou que ela não esteve no evento em Campinas e que disse aos médicos que é frequentadora de cocheiras e locais com presença de carrapatos.
Casos em Jundiaí A Vigilância Epidemiológica de Jundiaí (SP) informou, na tarde de sexta-feira (16), que contabiliza nove casos suspeitos de febre maculosa. Entre os casos, dois também são de moradores que estiveram na fazenda em Campinas (SP) e participaram da 'Feijoada do Rosa', no dia 27 de maio. Os outros cinco são de moradores que relataram ter frequentado áreas verdes em Jundiaí e em outras cidades. Foram coletadas amostras de sangue de todos os pacientes e o material foi encaminhado para análise.
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