Intercâmbio, colaboração e troca são palavras essenciais para o cientista hoje, diz Glauco Arbix, professor do Departamento de Sociologia da USP, sobretudo num mundo em que o conhecimento não conhece fronteiras
A globalização mudou a forma de se fazer ciência hoje, dada a interdependência entre países e economias, diz Glauco Arbix no início de sua coluna. “É praticamente impossível a gente pensar numa ciência restrita às fronteiras nacionais.” Nesse contexto, intercâmbio, colaboração e troca são palavras essenciais para os cientistas. A colaboração é essencial, “ainda mais num país como o nosso, que infelizmente ainda está distante das práticas mais avançadas da ciência mundial”. Como consequência, “o Brasil vai ter de aprofundar todos os mecanismos de colaboração possíveis e imagináveis, em todos os níveis, nas universidades, nas empresas, entre governos, um pouco diferente do que está acontecendo hoje, em que o atual governo federal pensa e imagina um país como se fosse uma ilha distante do planeta”.
Segundo Arbix, a ciência precisa de outro mundo, uma vez que o conhecimento não conhece fronteiras. A propósito disso, aliás, a internacionalização e a colaboração foram tema de um debate recente, promovido pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo, como parte das comemorações em torno dos 60 anos de criação da Fapesp. Também é importante observar que, no atual estado em que se encontra o País, será muito difícil que acompanhe a evolução da Inteligência Artificial e de todos os processos digitais que se desenvolvem hoje em dimensão global. Arbix encerra sua coluna conclamando os jovens a buscarem por contatos fora do Brasil, pois a diversidade de fontes, de conhecimento é fundamental para o desenvolvimento de teses e elaboração de estudos.
Ouça a coluna Observatório da Inovação da Rádio USP