Projeto desenvolvido por Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, em parceria com a SABESP, propõe monitoramento contínuo e em tempo real, preservando a saúde de milhões de pessoas e gerando economia para a empresa
O Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, em parceria com a SABESP e a FAPESP, desenvolverá até 2013 o projeto "Uso de microlaboratórios autônomos para monitoramento de fósforo em tempo real". O projeto consiste em monitorar de forma contínua e em tempo real, a quantidade de fósforo na água abastecida no Estado de São Paulo.
O fósforo presente na água abastecida pela SABESP provém de fontes distintas, como sistemas de esgoto e resíduos industriais, e possui uma variação sazonal. O monitoramento contínuo permite maior cuidado no estabelecimento de ações para corrigir eventuais desequilíbrios, auxiliando na preservação da qualidade da água de abastecimento e portanto na preservação do meio ambiente assim como na saúde de milhares de seres vivos.
Além disso, sem o monitoramento contínuo, é comum que as empresas optem por tratar a água com uma quantidade exagerada dos produtos necessários, para garantir que não haverá a proliferação de algas, por exemplo. Assim, o projeto desenvolvido pelo LSI-PSI-EPUSP também apresenta a vantagem de garantir que a empresa utilize somente a quantidade necessária e nos momentos corretos, gerando grande economia de insumos.
O monitoramento em tempo real desenvolvido neste projeto é possível graças ao projeto de Microlaboratórios Autônomos (MLA), conceito desenvolvido no LSI-PSI-EPUSP que integra todas as etapas implementadas em um laboratório convencional de química analítica. Nos sistemas de monitoramento até então utilizados, para se analisar a concentração de espécies químicas em um rio, por exemplo, é preciso levar uma amostra a um laboratório que realiza procedimentos de pré-tratamento e adequação da amostra, para que só então ela seja analisada. O MLA do LSI-PSI-EPUSP realiza todas essas etapas diretamente no rio, e de maneira contínua.
Antonio Carlos Seabra, professor titular da EPUSP nas áreas de Microeletrônica e Microfabricação, é coordenador do projeto. "A escolha pelo foco no monitoramento de fósforo na água deveu-se à importância deste nutriente, cujo equilíbrio é crucial para a qualidade da água. Se houver muito fósforo, por exemplo, pode ocorrer a proliferação de algas", explica ele. "Além disso, a SABESP considera este um parâmetro de difícil controle, exigindo elevados investimentos, e tem buscado alternativas mais adequadas à sua necessidade, considerando ainda que uma fiscalização mais rígida deste quesito deve entrar em vigor nos próximos anos", conclui Seabra.
Sobre o LSI
Fundado em 1975, o Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LSI-PSI-EPUSP) tem como objetivo gerar e aplicar o conhecimento para o desenvolvimento de tecnologias avançadas, de forma a promover a transferência destas tecnologias para a sociedade.
O LSI realiza atividades de pesquisa e desenvolvimento centradas em sistemas eletrônicos integrados. Está à frente das pesquisas brasileiras em microeletrônica, microfabricação, desenvolvimento de circuitos integrados, softwares, TV Digital, realidade virtual, segurança da informação, entre outras.
Para acompanhar a constante evolução tecnológica mundial, o LSI tem como base a excelência, a inovação e o empreendedorismo. Conta com cerca de 250 membros, entre docentes, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, técnicos e colaboradores externos, e mantém uma estreita relação com o setor produtivo e instituições do Brasil e do exterior.