Há três brasileiras entre as dez primeiras: a USP, a Unicamp e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Diferentemente do THE, o principal indicador do QS (50% da nota que cada instituição recebe) é a "percepção" que cientistas e empresários têm das universidades.
Esses dados são levantados por meio de questionários respondidos em todo o mundo. Na lista latina, a metodologia foi adaptada e a opinião dos empresários teve o dobro do valor do que no ranking mundial do QS.
Outra alteração metodológica é que o QS diminuiu de 20% para 10% no ranking latino o valor das citações por artigo científico na nota das universidades. Esse é o principal indicador de impacto da produção científica.
Outros 10% ficaram com um novo indicador: de "impacto na internet". "Esse indicador considera a quantidade de páginas e arquivos disponíveis na internet correspondentes à instituição e a visibilidade desse material", disse à Folha Simona Bizzozero, diretora regional de marketing do QS.
Critérios importantes como a internacionalização das universidades (quantidade de professores e de alunos estrangeiros) ficaram de fora. "Universidades latinas não são bem representadas no ranking mundial. Por isso resolvemos adaptar alguns critérios para considerar o contexto latino", explicou Danny Byrne, editor da listagem.
REGIONALIZAÇÃO
Essa foi a segunda listagem universitária regional desenvolvida pelo QS.
Em maio, a organização divulgou um ranking asiático que trazia a HKUST (Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong) e a HKU (Universidade de Hong Kong) entre as primeiras.
Para Renato Pedrosa, coordenador do Grupo de Estudos em Ensino Superior da Unicamp, a regionalização dos rankings permite uma melhor visualização da situação das brasileiras.
Mas é preciso lembrar que as listagens são limitadas. De acordo com o especialista, as notas recebidas pelas universidades nos rankings são muito próximas. "Se considerarmos a margem de erro, muitas estariam empatadas."
"O que dá para dizer é que as dez primeiras de certa forma se destacam internacionalmente", conclui Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp.
Fonte: Folha de São Paulo