Embora já exista no mercado o café descafeinado, muito consumido nos Estados Unidos e Europa, a busca por plantas que produzam o fruto sem a cafeína está cada vez mais peno graças às pesquisas genéticas desenvolvidas há mais de 20 anos pelo pesquisador Paulo Mazzafera, da UNlCAMP (Universidade Estadual de Campinas) que tenta criar uma variedade de café naturalmente sem cafeína e viável de ser cultivada em escala comercial. Segundo o pesquisador a justificativa pela busca de plantas de variedades de Coffea arábica que não produzam a substância tem a ver com o sabor do café alterado.
“Muitas pessoas não tomam café porque não querem sentir os efeitos estimulantes da cafeína e, ao mesmo tempo. acham o gosto do café artificialmente descafeinado ruim”, disse Mazzafera à revista da Fundação de Pesquisas do Estado de São Paulo (FAPESP). Suas pesquisas com o café foi destacado na revista Nature, uma das revistas de maior credibilidade da ciência mundial, na edição do último dia 15 de março. Em 2004 Mazzafera e a pesquisadora Maria Maria Bernadete Silvarolla do Instituto Agronômico de Campinas (descobriram algumas plantas da espécie Coffea arabica originárias da Etiópia que, graças a mutações naturais, eram livres de cafeína. Contudo, durante a reprodução elas revertiam a característica de produzir cafeína. Agora os pesquisadores tentam alterar o DNA de sementes de urna variedade comercial de Coffea arabica conhecida como Catuaí Vermelho. Tudo indica que logo deveremos saber se os experimentos deram resultados: “Se conseguirmos criar uma variedade de café sem cafeína que mantenha as demais características muito mais gente vai passar a tomar café”, opinou Mazzafera na entrevista à FAPESP.