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Em Botucatu (SP), Centro Nacional de Biofármacos e Biomoléculas MCTI/UNESP fará lotes-piloto de biofármacos (40 notícias)

Publicado em 05 de dezembro de 2022

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) recebeu recentemente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) uma maquete em 3D do Centro Nacional de Biofármacos e Biomoléculas MCTI/UNESP, que fará lotes-piloto de biofármacos. A cerimônia de entrega foi realizada na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília (DF).

A fábrica, inédita na América Latina, será responsável pela produção de lotes-piloto para a fabricação de biofármacos dentro das Boas Práticas de Fabricação e Laboratorial (Good manufacturing practice). Isso significa que terá capacidade de produzir amostras para pesquisa e que poderão ser utilizadas para testes clínicos em humanos.

Biofármaco é a designação dada a medicamentos originados a partir de um processo biológico, muito utilizados em novos tratamentos para câncer e artrite, por exemplo. Dentre eles estão aqueles obtidos empregando-se rotas biotecnológicas, em que o princípio ativo é extraído de microrganismos ou células animais modificadas geneticamente. Anticorpos monoclonais estão entre os biofármacos mais utilizados. Entre os novos medicamentos que poderão ser produzidos estão os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA), que são usados, por exemplo, na produção de vacinas.

A construção do Centro, localizado em Botucatu (SP), se iniciou em fevereiro deste ano e tem previsão de encerrar no final de 2023. O espaço terá 1.470 metros quadrados e abrigará laboratórios de pesquisa e espaço de trabalho colaborativo ou cooperativo (coworking), para hospedar startups de biotecnologia. O prédio terá ainda alas fabril e de controle de qualidade. O ambiente do Centro visa atender as normativas das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com a finalidade de produzir medicamentos biológicos para realizar ensaios pré-clínicos e clínicos validados.

“Esta iniciativa suprirá uma das lacunas do desenvolvimento nacional que é a produção de lotes-piloto para ensaios clínicos de medicamentos biológicos desenvolvidos no Brasil. O centro vai permitir escalonar a produção de medicamentos biológicos”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales.  “Certamente, a fábrica ajudará a diminuir o tempo de desenvolvimento de novos medicamentos, aproveitando a imensa biodiversidade brasileira e levando esperança a doentes com a chegada de novos fármacos”, complementou.

Para o Dr. Rui Seabra, coordenador do Centro Nacional de Biofármacos e Biomoléculas MCTI/UNESP e diretor do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap) da UNESP em Botucatu, o Brasil tem encontrado grandes desafios na geração de tecnologia, refletindo na dependência internacional, principalmente na área da Saúde. “O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações tem investido sistematicamente em áreas estratégicas para o país, seja com o aporte de recursos financeiros, ou mesmo, a partir da formação de grandes redes de trabalho envolvendo nossos pesquisadores. Este projeto nasce diante deste paradigma, mostrando seu caráter singular e inovador”, afirmou o Dr. Rui Seabra.

Até o momento, de acordo com a UNESP, o Ministério da Saúde investiu cerca de R$ 13 milhões para a sua construção e aquisição de equipamentos. O empreendimento também com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Em março deste ano o MCTI assinou com a UNESP um protocolo de intenções apoiar a estruturação do Centro.

Acesse a notícia completa na página do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Fonte: MCTI.