Notícia

Última Pauta

Em 2020, grandes incêndios queimaram 30% da área do Pantanal (226 notícias)

Publicado em 29 de agosto de 2023

O Diário do Vale Portal Neo Mondo Espaço Ecológico no Ar Campo Grande News Rádio Sagres 730 AM Agora MT Acessa.com Voz MT Dourados Agora A Voz dos Municípios (Laranjeiras, Sergipe) online News Rondônia Giro Marília Jornal O Diário (MT) online - Clique F5 Notícia Marajó CGN Revista Go Outside online comVc Portal Clic Portela Sul21 Revista Fórum online A Notícia Alagoas Contexto Exato JBNews PI24h Folha 360 Jornal Correio Eletrônico Correio do Estado (Campo Grande, MS) online Ocanal TV e Famosos Minha Três Lagoas Atual MT TV Campo Verde Jornal do Vale (Ceres, GO) online Portal AM O Combatente online Minuto MT Gazeta Centro-Oeste Jornal Floripa Diário Carioca O Democrata online Portal do Marcos Santos Nitro News Brasil Liberal FM 92,7 O Dia (RJ) online Ideal MT Link Geral Bomba Bomba OffNews Real Time News Portal Mato Grosso Informativo MS Mato Grosso Mais Notícias Brasil Agora É Destaque Brasília Revista Nordeste online Portal MT Novo Cantu Notícias Midia News Campo Grande Capital FM 101.9 Rosário News Portal News NX1 Sertão Atual Rádio Cidadã FM Papo de Imprensa Fato da Notícia Rádio Continental FM 96.1 Head Topics (Brasil) O Acre Agora Olhar Cidade Folha de Dourados online Tribuna do Agreste Tribuna do Sertão Radar Digital Brasília Portal Vamos Ocanal TV e Famosos Meia Hora online Blog da Luciana Pombo Leia Notícias Economia em Pauta Jornal Primeira Página online Gazeta de S. Paulo online Acorda Cidade A Tribuna (MT) online Notícia Preta Dechapa FC VoxMS Folha MS Circuito Mato Grosso online AgroBrasil Jornal Estado de Goiás online GDS News Notícias de Emprego Revista Nova Fase online A Tribuna News (Campo Grande, MS) online Diário do Litoral (Santos, SP) online Mídia Hoje Expresso Regional Ciclo Vivo O Progresso (Dourados, MS) online Idest Nova Mais Jornal Estação online O Alto Acre Raízes FM 98,7 Repórter PB Blog da Luciana Pombo Portal Rondônia Canal – Jornal da Bioenergia Blog da Amazônia Capital da Tilápia News Brasil Amazônia Agora Isso É Notícia TC Online Boca no Trombone Ponta Grossa Poçoscom.com O Pantaneiro online Portal Globo Cidade TV Brusque O Alfenense Portal Toca News Pantanal Oficial Regional News Limeira MS em Foco Violeiros do Araguaia Portal Lula Presidente Fato Novo Vanguarda do Norte online Agencia Brasil (espanhol) Agrozil O Leopoldinense Agência Brasil (inglês) Hoy Bolivia (Bolívia) Gizmodo Brasil Passando a Limpo O Sul Merece Destaque Empresas S/A Infofix Idest Dourados Agora Expressão Notícias Olho no Araguaia Pauta 67 Investing.com Brasil Jornal Floripa Market Insider TradingView Brasil Portal Brasil Empresarial Planeta Campo Economia em Pauta Gazeta do Pantanal online Feedy News Revista Ecológico online Observatório do 3° Setor Sou Ecológico Portal Gilberto Silva Prensa Mercosur Portal GRNews Sindsegsp - Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo Sou Segura - Associação das Mulheres do Mercado de Seguros Sou Segura Assistants Consultoria Atuarial Jornal de Ponta Jornal O Popular HB Virou Notícia MS Portal Paranatinga Digitado Alagoas ao Vivo Cenário News Atividade News Portal de Notícias de Barra Mansa Bastidores do Poder Bom dia Paraiba Conexão MT Juína News Momento MT O Contestado Página1 PB Programa Meu Mato Grosso Tolosca DF Mais Noticia e Fatos BR230 Estação Livre MT O Estadão da Paraíba Vida e Harmonia Centro Oeste News Portal MT News Blogs da Tribuna do Norte (Natal, RN) Conexão de Notícias Jornal Integração Folha Machadense Diário Digital (MS) MT PRESS O Roncador

Agência FAPESP* –Luciana Constantino | Agência FAPESP – Os incêndios de alta intensidade que atingiram o Pantanal em 2020 queimaram uma área de 44.998 quilômetros quadrados (km2), o que corresponde a pouco mais de 30% do território do bioma na porção brasileira (com cerca de 150 mil km2, no total). O cálculo é de uma nova pesquisa publicada na revista científica Fire.

O trabalho mostra uma região devastada bem maior do que as estimadas em levantamentos anteriores, que variaram de 14.307 km2 a 36.017 km2.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estudo demonstra que o modelo construído com base em imagens de satélite da missão Sentinel-2 apresentou vantagens em relação a produtos operacionais disponíveis para o Pantanal, sendo capaz de refinar as estimativas de áreas queimadas em escala regional.

De acordo com o trabalho, a metodologia com o Sentinel-2 alcançou uma precisão em torno de 96%, podendo ajudar a melhorar a estimativa de gases e aerossóis associados à queima de biomassa.

A conclusão reforça a necessidade de desenvolver abordagens para melhorar os dados sobre os impactos do fogo em regiões criticamente sensíveis às mudanças climáticas, como o bioma em questão, permitindo avaliar a influência desses incêndios nos ecossistemas e na biodiversidade. A importância aumenta em meio aos alertas derivados da previsão de um forte fenômeno El Niño neste ano, que pode levar a parte norte do Pantanal e seu entorno na bacia do Alto do Paraguai a ficar mais seca e suscetível ao fogo.

“Os resultados da pesquisa não indicam que um modelo ou produto é pior ou melhor do que o outro. Temos variações metodológicas e, por isso, há divergências de estimativas. Mas as imagens provenientes do sensor MSI a bordo dos satélites Sentinel-2 apresentam dois pontos positivos: as resoluções espacial – com uma imagem de 10 metros, trazendo um detalhamento muito maior das áreas queimadas – e temporal, que é muito importante para esse tipo de estudo. Isso porque, enquanto alguns sensores, como os da série Landsat, levam até 16 dias para registrar uma área, ele reduz esse tempo para cinco dias”, afirma a engenheira florestal Andeise Cerqueira Dutra, doutoranda na Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG-Inpe) sob a orientação do pesquisador Yosio Edemir Shimabukuro.

Uma das autoras do estudo juntamente com Shimabukuro, Dutra recebe apoio da FAPESP por meio de dois projetos (22/01746-5 e 23/02386-5).

Para o pesquisador da DIOTG-Inpe Guilherme Augusto Verola Mataveli, que também assina o artigo, é importante aprimorar esse tipo de análise e obter estimativas em escala regional não só para refinar a quantificação de áreas devastadas como também para calcular emissões de gases de efeito estufa, com impacto direto nas mudanças climáticas.

“A crise do fogo no Pantanal em 2020 foi ocasionada por um evento de seca extrema, que tende a ser cada vez mais frequente não só na região, mas em outras partes do Brasil. Ter mais conhecimento sobre o impacto dessas crises climáticas no bioma e sua biodiversidade será cada vez mais importante para tomar decisões ligadas a planos de manejo e programas de mitigação dos efeitos do fogo”, explica Mataveli, que desenvolve estudos apoiados pela FAPESP (16/02018-2, 19/25701-8, 23/03206-0 e 20/15230-5), parte no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

“Buscar meios para aprimorar esses produtos e gerar dados mais acurados tem grande importância para a sociedade. Um exemplo é o projeto-piloto lançado este ano, no Pantanal, que também utiliza dados de sensoriamento remoto para identificar áreas afetadas pelo fogo e estimar o acúmulo de material combustível, por exemplo. Além disso, os gestores de órgãos de meio ambiente e os brigadistas podem usar esses resultados para manejo integrado do fogo, definindo locais prioritários e ações de combate e controle de incêndios”, complementa Dutra.

Consequências

Maior área úmida tropical do mundo, o Pantanal fica sazonalmente inundado, com a estação seca geralmente variando de julho a outubro (setembro é o mês considerado como o pico de incêndios na região).

Hotspot de biodiversidade, o bioma registrou em 2019 uma mudança nos padrões de chuva – modulados pela monção de verão da América do Sul –, sofrendo com uma seca prolongada em 2020, ano em que a precipitação na porção brasileira foi a menor desde a década de 1980. Ficou 26% abaixo da média de 1982-2020. Entre as consequências dessa seca significativa houve o registro de uma superfície alagada 34% menor do que a média.

Além disso, do total de áreas queimadas, 35% foram atingidas pela primeira vez. Pesquisas realizadas depois da crise constataram que o fogo matou cerca de 16 milhões de animais de pequeno porte (com menos de 2 quilos) e outros 944 mil de maior porte (leia mais em: revistapesquisa.FAPESP.br/incendios-no-pantanal-mataram-17-milhoes-de-animais).

Já as onças-pintadas (Panthera onca), o maior felino das Américas, foram muito afetadas – os focos de incêndio consumiram o correspondente a 80% da área de vida desses animais, atingindo 45% deles (cerca de 740 indivíduos) no bioma, que abriga a segunda maior população da espécie no mundo.

Outra consequência foi o aumento de casos de problemas respiratórios na população dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com mais internações, como mostrou levantamento da Fiocruz. No pós-incêndio, o custo estimado da restauração chegou a cerca de US$ 123 milhões.

Método

Os pesquisadores utilizaram imagens do Sentinel-2 para fazer as estimativas de áreas queimadas na porção brasileira do Pantanal em 2020 e compararam com as derivadas dos produtos baseados no sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer, na sigla em inglês) e nos sensores a bordo dos satélites da série Landsat.

Os resultados baseados no MODIS (MCD64A1 e Fire_cci) estimaram a área atingida em 35.837 km2 e 36.017 km2, respectivamente. Já os baseados em Landsat (MapBiomas Fogo e GABAM) ficaram em 23.372 km2 e 14.307 km2.

Visualmente, os mapas apresentam padrão de distribuição espacial semelhante, mas a estimativa derivada do Sentinel foi capaz de detectar um número maior de incêndios menores do que as outras, especialmente no leste do Pantanal. “O modelo que desenvolvemos está disponível para quem tiver interesse, assim como os dados coletados na validação. Acreditamos que eles podem ajudar em outros projetos, em trabalhos futuros”, diz Mataveli.

E Dutra complementa: “Com a previsão de secas cada vez mais frequentes, há uma tendência de termos mais episódios de incêndios. Por isso, acreditamos que mais colaborações vão existir, mais dados estarão disponíveis. Esperamos também que mais dados de campo estejam acessíveis, principalmente para cientistas que trabalham com sensoriamento remoto para gerar produtos mais acurados”.

Entre janeiro e 23 de agosto deste ano, o Pantanal registrou 381 focos de fogo, segundo dados do Inpe – no mesmo período de 2020 haviam sido 8.127 focos, o maior número desde 1998 para o bioma. Neste ano, incêndios florestais têm se intensificado em meio às ondas de calor, deixando mortos e destruindo vilas na Europa e nos Estados Unidos.