O Brasil e considerado um país de referência no uso de tecnologias digitais, com exemplos de ponta nas eleições informatizadas, na declaração do Imposto de Renda, nos serviços bancários e no recente mapeamento do genoma de pragas agrícolas. Nesse sentido, o País lidera o processo de digitalização na sociedade da informação e do conhecimento.
A digitalização da sociedade amplia o acesso das pessoas ao conhecimento e à informação, fazendo com que as relações sociais se tornem transparentes e dessa forma promovam a igualdade de oportunidades. Necessário se faz estender a inclusão digital a toda a sociedade.
Com a universalização do uso da urna eletrônica nas eleições deste ano - a primeira l 00% informatizada em que se votou para a Presidência da República - o Brasil reforçou sua posição de destaque no mundo digital. As eleições no País têm o mais moderno sistema de votação e apuração, que permite a divulgação dos resultados finais em tempo cada vez mais curto: pouco mais de 60 horas. Consideradas as dimensões do Brasil, onde estão distribuídos mais de 5,5 mil municípios, pode-se imaginar o esforço tecnológico exigido para completar esse prazo.
Isso contribui para a realização de pleitos limpos e transparentes. Um contraste com o sistema eleitoral americano: a apuração da eleição de George W. Bush demorou mais de 30 dias, o que deu causa a muitas reclamações dos partidários do candidato derrotado.
Apesar da complexidade da votação no último dia 6, quando os eleitores escolheram o presidente da República, o governador, dois senadores, um deputado federal e um estadual, entre milhares de candidatos, não houve queixas de fraude e os resultados não foram contestados. O que consagra o uso do sistema digital adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (www.tse.gov.br).
Determinados atrasos ocorridos na votação poderiam ter sido resolvidos com duas urnas em seções eleitorais com grande número de votantes. Isso chegou a ser testado previamente, mas mostrou-se inviável por não haver sido possível encontrar em tempo uma solução tecnológica que garantisse a segurança da informação. O TSE decidiu não correr tal risco, que poderia prejudicar a lisura do pleito ou no mínimo dar motivo a protestos dos candidatos derrotados. Dentro dessa cautela do tribunal, novo testes serão realizados com duas urnas por seção, mas os resultados são esperados somente para o primeiro semestre do próximo ano.
O Brasil também é o único país do mundo que recebe declaração do Imposto de Renda pela Internet. O sistema está generalizado: neste ano mais de 90% das declarações foram pela via digital e estão arquivadas na Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) em formato digital.
Também a rede bancária brasileira tem-se caracterizado pela adoção de padrões tecnológicos dos mais avançados do mundo. Os bancos investiram nos últimos três anos R$ 8,5 bilhões em equipamentos de informática e telecomunicações. Só para se ligar eletronicamente ao Banco Central (www.bcb.gov.br) e às câmaras de compensação e liquidação (clearings) para troca de mensagens de operações financeiras em tempo real, dentro do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) gastaram mais de R$ 1,7 bilhão.
O número de clientes que usam a internet em seu relacionamento com os bancos cresceu 56 % entre os anos de 2000 e 2001. Atualmente, 13 milhões de pessoas usam a rede mundial para suas transações com os bancos.
Na área da biotecnologia, o mapeamento concluído em janeiro de 1999 do genoma da Xilella fastidiosa, causadora nos laranjais da praga chamada "amarelinho", deu ao País uma posição de vanguarda. O projeto é apoiado pela Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (www.fapesp.br) que criou a rede digital Onsa, sigla em inglês de Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos. O fluxo de dados dos 35 laboratórios envolvidos no programa com cerca de 200 cientistas é encaminhado para o Centro de Bioinformática da Fapesp.
O resultado das pesquisa foi comunicado aos cientistas reunidos no I Encontro de Genomas Microbianos Relevantes para a Agricultura, promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em San Diego, Califórnia, Peter Johnson, daquele Departamento, anunciou assim o fechamento do genoma da Xilella: "Tenho uma boa e uma má noticia. A boa, é que foi seqüenciado o genoma do primeiro organismo fitopatógeno; a má, é que não foi feito aqui nos Estados Unidos." Foi feito no Brasil, por cientistas brasileiros.
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Gazeta Mercantil