R$ 15,4 milhões é o montante que será destinado às pesquisas da Rede Malária, de acordo com edital lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de sete estados brasileiros, dentre eles, Minas Gerais. O edital está disponível desde o dia 14 de abril no site do CNPq (www.cnpq.br) e das FAPs parceiras.
Serão contemplados projetos com até 36 meses de execução, que integrarão a Rede Malária, criada com o objetivo de apoiar pesquisas científicas e tecnológicas sobre a doença. As propostas deverão considerar a formação de recursos humanos na área e os impactos de seus resultados para o Sistema Único de Saúde, considerando as metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Combate à Malária.
As propostas devem ser encaminhadas via Internet ao CNPq, que fará o julgamento, por meio de consultores especializados. No fim do processo, as FAPs serão chamadas para homologar o resultado. Além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), participam da iniciativa a FAPs do Maranhão (Fapema), do Pará (Fapespa), do Mato Grosso (Fapemat), do Rio de Janeiro (Faperj) e de São Paulo (Fapesp).
"A FAPEMIG vai entrar com investimentos da ordem de três milhões, sendo um milhão por ano", declara o presidente da Fundação, Mario Neto Borges. Ele destaca duas grandes razões para a participação de Minas Gerais na rede. A primeira é por se tratar de uma doença negligenciada, ou seja, que afeta milhares de pessoas ao redor do mundo e, mesmo assim, não dispõe de tratamentos eficazes. E a segunda é que o Estado possui pesquisadores de alto nível nesta área. Uma prova disto é que duas pesquisadoras mineiras, indicadas pela FAPEMIG, estão fazendo parte do comitê técnico da Rede de Malária. São elas, Antoniana Ursini Krettli e Luzia Helena Carvalho, do Centro de Pesquisas René Rachou.
Embora seja uma doença muito antiga, a malária ainda é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. A cada ano, mata cerca de dois milhões de pessoas, sendo 90% dos casos registrados na África. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa é a doença tropical e parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos, sendo um risco de infecção para cerca de 40% (2,5 bilhões de indivíduos) da população mundial. No Brasil, só no ano passado foram quase 500 mil casos da doença, sendo 99,8% registrados na região da Amazônia Legal, composta pelos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Entre os temas contemplados pelo edital estão estudos sobre biologia, ecologia e controle de vetores potenciais da malária; identificação ou produção de biomarcadores para avaliar susceptibilidade e resistência à infecção malárica no hospedeiro humano; vacinas; caracterização molecular das populações de parasitos circulantes no hospedeiro vertebrado e no vetor; quimioterapia antimalárica; pesquisa clínica; epidemiologia e controle da malária; e diagnóstico.
Rede Dengue
O lançamento do edital da Rede Malária foi anunciado no último dia 6, durante evento realizado em Manaus, com a presença de representantes de todas as instituições envolvidas. Na ocasião, o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Mario Neto Borges, que também é presidente da FAPEMIG, anunciou a criação da Rede Dengue, com edital previsto para ser lançado ainda este ano. Inicialmente, 15 FAPs aderiram ao projeto que, em parceria com o CNPq e o Ministério da Saúde, investirá R$20 milhões em pesquisas sobre a doença. "O Confap, reunido em Curitiba nos dias 2 e 3 de abril, debateu o assunto e aceitou o desafio do CNPq para criação dessa rede, cujo tema é de grande importância para todo o país", disse Borges.
Fonte: Fapemig