Notícia

Inovação Unicamp

Edição especial sobre P&D em cana-de-açúcar, etanol e correlatos transforma-se a partir de 13 de novembro em site dedicado ao tema

Publicado em 30 outubro 2006

Uma oportunidade histórica está aberta à frente do Brasil: a de se manter como o principal fornecedor de etanol combustível. Como conta a repórter Janaína Simões, na reportagem que preparou para esta edição, há dados disponíveis que indicam, já para 2010, um aumento de 230% na demanda mundial — dos atuais 33 bilhões de litros para quase 80 bilhões de litros. Para acompanhá-lo, a questão para o Brasil e para os países que se preparam para aproveitar a mesma oportunidade — em especial, Estados Unidos, China e Índia, que responderam por 80% da produção mundial em 2005, segundo dados da Renewable Fuel Association — é encontrar a forma de produzir mais etanol sem com isso ocupar toda a área agricultável do planeta.
Não será possível encontrar resposta a essa questão sem intensificar o esforço em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Nesse assunto, a experiência brasileira desde o Proálcool mostra resultados claros: a produtividade da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, nos 30 anos entre 1975 e 2005, passou de 61,50 toneladas por hectare para 83,54 toneladas por hectare. O aumento na produtividade brasileira de 1977 para 2004, avaliou Isaias Macedo, um dos principais especialistas brasileiros no assunto, permitiu poupar 2 milhões de hectares na área plantada.
Os concorrentes estão se movendo rapidamente. Em 2005, os Estados Unidos passaram o Brasil na produção de etanol — resultado de um crescimento de 30% ao ano, segundo a The Economist. O programa do país para a energia de biomassa é consistente e organizado. No início do ano, George W. Bush pôs o assunto etanol e combustíveis renováveis definitivamente na pauta em seu discurso sobre o Estado da União. A China já construiu a maior planta de produção de etanol do mundo.
O Brasil, no entanto, tem muito a seu favor para manter a dianteira: a cana, área agricultável, água, sol. Tem também quantidade de pesquisa de qualidade, quando se trata da cana-de-açúcar e da produção de etanol. No momento, a atenção de gestores públicos em vários níveis de governo se volta para articular empresas e instituições acadêmicas, com o objetivo de desencadear e reforçar linhas de pesquisa necessárias para assegurar o aumento de produção e a manutenção da eficiência brasileira "incomparável" — como a qualifica Eduardo Pereira de Carvalho, o presidente dos produtores de açúcar e álcool.
Inovação Unicamp vem acompanhando o movimento do mundo em direção ao etanol e outros combustíveis produzidos de biomassa; e o reconhecimento da mídia internacional — recente — sobre a dianteira brasileira no assunto. Esta edição especial reúne parte do que já publicamos; e acrescenta novidades, como os textos sobre pequenas empresas financiadas pela Fapesp que atuam no setor sucroalcooleiro. A partir de 13 de novembro, a edição atual vai se transformar em mais um dos sites dedicados realizados pela equipe de Inovação Unicamp. Aqui, vamos reunir informações, relatar experiências e idéias, identificar fontes de financiamento, monitorar a atividade de P&D internacional. Fique conosco — e clique para P&D em Cana e Etanol!