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Cardnews

Economia da economia digital

Publicado em 01 julho 2005

A partir de 1º de julho começou a valer a obrigatoriedade de bens e serviços da Administração publica federal serem feitas por pregão, especialmente na forma eletrônica. O órgão que não utilizar a forma eletrônica terá de justificar e comprovar a inviabilidade da utilização dessa forma de compra.
Segundo o secretario de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, foi preciso pensar em um movimento de captação dos pregoeiros públicos, pessoas responsáveis pelas compras publicas.
São 1816 unidades de órgãos federais que executam compras em tosos os estados da federação, as chamadas Unidades de Administração de Serviços Gerais (USAGs). Desse numero, 699 nunca realizarão pregão e 1.117 já realizaram compras por meio de pregão, 761 nunca fizeram na forma eletrônica.
O Estado de São Paulo possui a Bolsa Eletrônica de Compras do Governo — BEC — (www.bec.sp.gov.br), desde setembro de 200. Segundo os estudos de analise de redução de custos feitos pela Florência Ferrer Pesquisa & Consultoria, empresa especializada em elaboração de programas, avaliação de resultados  e implementação de parcerias público-privadas em governo eletrônico, a BEC levou a uma media de redução de custo processual de R$ 1.708 para R$ 844, diminuição de 51%. Para as empresas fornecedoras a media no custo de participação de licitações foi de R$ 70 para 5, diminuição de 93%. Em termos absolutos a economia atual é de cerca  de R$ 94 milhões.
A transação do sistema BEC é toda feita de forma eletrônica apenas a nota fiscal é um papel. "A empresa espanhola de telefonia Vedafone fez estudo para ver quanto que se gasta com a impressão de fatura, e chegou a conclusão que o gasto girava em torno de 7 milhões de euros. Ela, ela suspendeu o meio de faturamento em papel. Os clientes que não quiserem adquirir a forma de fatura eletrônica deixaram de ser clientes da empresa", diz a diretora-presidente da consultoria, Florência Ferrrer.
Este é um típico caso de um país (Espanha), onde há uma inclusão digital. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a grande massa de celulares justificaria a implantação desse sistema, obviamente adaptados a nossa realidade. "O celular vai ser um meio de serviço do governo, é que o chamados de m-gov. Quem sabe a nova inclusão digital não  venha antes pelo celular", diz Florência.
Outro modelo de governo eletrônico é exemplificado por governos que recebeM tributos através do cartão de credito. a cidade  de Mira Flores, no Peru, recebe todos os seus tributos pelo cartão via Internet. "Isso não demora muito a chegar no Brasil", prevê Florência.
As compras de bens e serviços feitas eletronicamente só podem ser efetuados se forem até R$ 80 mil, sendo assim, compras relativas à construção civil estão fora dos pregões eletrônicos, afinal "Nem sempre a compra mais barata, nestes casos, serão as melhores. É preciso zelar pelo bem publico", diz Florência.

E-Licitações
Segundo o diretor de operações da Florência Ferrer Pesquisas & Consultoria, Cristian Lima, o Ministério de Desenvolvimento e Industria e Comércio, tem um projeto criar indicadores da economia digital. O índice, desenvolvido em parceria com a Florência Ferrer Pesquisas & Consultoria e o Núcleo de Estudos  e Desenvolvimento em Governo Eletrônico (Nerd-Gov/FUNDAP-FAPESP), e com o Apoio da Câmara Brasileira de Estudos de Comercio Eletrônico (Camarae.net) chama-se e-licitações, e consiste em indicar o volume de negócios dos setor publico feito via Internet.
Os relatórios serão divulgados a partir da segunda quinzena de cada mês. A partir de julho o e-licitações entrará para o banco de dados do Ministério do Desenvolvimento. Implementado desde março de 2004, o índice é constituído pelos resultados dos pregões eletrônicos realizados nos portais  ComprasNet (governo federal), Licitanet (governo de Minas Gerais), Bec- Bolsa eletrônica do Estado de São Paulo, Licitações-e (Banco do Brasil), ComprasRS (Rio Grande do Sul) e nas cidades de São Bernardo do Campo, Jundiaí, Itajaí e Florianópolis.