Mais duas patentes da UFSCar, ambas do Departamento de Engenharia Química, depositadas pela Agência de Inovação, foram concedidas recentemente pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A primeira invenção se refere ao “Processo de preparação e catalisador zeolítico para reações de condensação”, um catalisador que tem propriedade altamente básica, sólida, insolúvel e com aplicação em diversas reações químicas de interesse industrial. O invento foi desenvolvido pelos pesquisadores Dilson Cardoso e Leandro Martins e tem titularidade da UFSCar e da Fapesp.
Atualmente, em vários processos de interesse industrial, o catalisador se encontra na forma homogênea, ou seja, os reagentes e o próprio catalisador formam uma solução, o que faz com que seja utilizado um processo relativamente complexo para recuperá-lo, encarecendo o produto final. O invento da UFSCar inova neste aspecto: o novo catalisador, além de ter propriedades básicas mais fortes que os demais, é um sólido formado por peneiras moleculares, com alta atividade catalítica e insolúvel nos reagentes. Essas características fazem com que uma simples filtração seja suficiente para separá-lo, diminuindo o custo do processo.
Este material tem perspectivas de aplicação em diversos tipos de reações, principalmente naquelas realizadas pela indústria de química fina para a produção de perfume, fármacos, aromas, pesticidas, entre outros. A patente teve seu pedido depositado em dezembro de 2005 e sua concessão foi publicada na RPI 2352 do dia 2 de fevereiro de 2016.
Já a segunda patente se refere a um equipamento versátil, robusto e com perfil comercial, denominado “Sistema reacional pneumático e uso do mesmo”, de autoria dos pesquisadores Alberto Colli Badino Junior, Carlos Osamu Hokka e Marcel Otávio Cerri. Trata-se de uma invenção composta por biorreatores com dispositivos que promovem de forma eficiente as transferências de calor e de massa, cujo sistema é utilizado principalmente em processos biológicos, envolvendo enzimas, células e microrganismos ou como reator químico, tanto para atividade de ensino como de pesquisa por indústrias de bioprocessos, institutos de pesquisa e universidades.
O invento inova por ser mais versátil. Isso porque o sistema desenvolvido permite o uso de três escalas, com 2, 5 ou 10 litros de capacidade útil, e de três modelos de biorreatores: coluna de bolhas ou torre, airlift de cilindros concêntricos e airlift tipo “Split”. Assim, a versatilidade consiste no grande diferencial de comportar em uma só estrutura três modelos e três escalas, o que soma nove tipos de biorreatores, além da grande praticidade de transformar um modelo em outro com simples troca de acessórios, o que é vantajoso para o mercado. Ressalta-se também o fato do equipamento ser robusto, de simples operação e de baixo custo.
Por possuir um preço inferior ao mercado e, por conta de sua aplicação industrial rápida e simples, antes mesmo de ser concedida, a patente já havia sido licenciada para produção – em março de 2010 – pela empresa Tecnal Equipamentos Científicos, que atua no desenvolvimento de equipamentos de alta tecnologia e representação de companhias internacionais desde 1976, contribuindo para o trabalho de laboratórios, usinas, indústrias, instituições de ensino e empresas de diversos segmentos. A patente depositada em abril de 2007, teve sua concessão publicada na RPI 2363 de 19 de abril de 2016.
De acordo com a diretora da Agência de Inovação da UFSCar, Ana Lúcia Vitale Torkomian, “a concessão de cada patente é sempre gratificante pois evidencia que, de fato, as pesquisas desenvolvidas no âmbito da UFSCar podem impactar positivamente a sociedade e estão em consonância substancialmente com os principais requisitos e princípios da inovação”, declarou.