Empresa paulista desenvolve técnica que utiliza drones e mosquitos estéreis para combater a dengue
Uma estratégia desenvolvida pela startup paulista Birdview pode empregar drones para ajudar na erradicação do mosquito Aedes aegypti , transmissor de doenças como a dengue , febre amarela e chikungunya. Os aparelhos seriam utilizados para liberar mosquitos machos estéreis em áreas urbanas com a finalidade de reduzir a população total destes insetos.
A solução sugerida pela empresa se baseia no fato de que apenas as fêmeas do Aedes aegypti picam e transmitem os vírus das doenças . Estes insetos também copulam apenas uma vez em suas vidas, portanto, especialistas afirmam que a inserção de machos estéreis em um ambiente acaba reduzindo o total de mosquitos — já que o único evento reprodutivo de cada fêmea não geraria filhotes.
A Birdview, sediada em São Manuel, cidade do interior do estado de São Paulo, tem a expertise do uso de drones no campo. Neste contexto, a startup usa a tecnologia para liberar insetos para o controle de pragas — liberando sobre as lavouras espécies predadoras daquelas que afetam as plantações. Para adaptar seu serviço ao contexto urbano, a empresa participou de um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
A solução da startup diminuiria a população de mosquitos da dengue impedindo sua reprodução (Imagem: Muhammad Mahdi Karim/Wikimedia Commons)
Por meio do PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas), “identificamos algumas empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis interessadas em firmar parceria conosco para fazer a soltura do inseto em áreas urbanas”, conta Ricardo Machado, cofundador da startup, à Agência FAPESP . Para garantir o efeito desejado, a tecnologia conta com um sistema de liberação controlada, que minimiza qualquer dano que a inserção dos insetos possa causar.
A aplicação da tecnologia ainda depende do fechamento de acordos entre a startup e os criadores dos insetos estéreis. Em seu ramo de atuação convencional, a Birdview já fez mais de 15 mil voos de drones para a liberação de biodefensivos, com clientes como a São Martinho e a Suzano.
Agência FAPESP