Idealizado para atuar em incêndios, o FireDrone já tem sido experimentado até em ambientes gelados na Suíça. Veja detalhes dessa incrível criação:
O pesquisador David Häusermann , membro do Laboratório Federal Suíço de Ciência e Tecnologia de Materiais Empa ) e do Imperial College London , em parceria com outros estudiosos, conseguiu desenvolver um drone resistente ao fogo. A ideia surgiu como uma proposta de fornecer equipamento para ajudar no combate a incêndios. Entenda:
Como o drone resistente ao fogo foi criado?
Contando com equipamentos que suportam calores extremos, drone resistente a fogo já mostra bons resultados nos testes (imagem: Empa/Divulgação).
O drone surgiu como um projeto de uso no combate a incêndios, resultando em um utilitário que consegue avaliar focos de calor e permitir maior cuidado na ação dos bombeiros. De olho nessa questão, Häusermann e sua equipe pensaram no que chamaram de FireDrone , capaz de ajudar nas atividades comuns dos profissionais, como conseguir levar mangueiras aos locais afetados ou fazer fotos dos incêndios à distância.
Graças ao aerogel, o drone consegue enfrentar chamas (Imagem: Veritassium/Reprodução).
Assim, ele e os realizadores do projeto pensaram em um drone resistente ao fogo que fosse leve, mas também forte o suficiente para suportar altas temperaturas. Uma das principais contribuições, encontrada pelos estudiosos Shanyu Zhao e Wim Malfait foi a sintetização de um aerogel — inventada em 1931, é uma espuma parcialmente sólida, com mais da metade da estrutura formada por poros — reforçado com fibras de vidro, à base de um material plástico conhecido como poli-imida — substância usada na indústria, resistente a altos níveis de calor e que dificilmente perde sua forma original, com possível aplicação em trajes espaciais.
Análises em laboratório mostraram que [a poli-imida com fibras de vidro], comparado com material resistente ao fogo, é bem apropriado para uso em drones.
Shanyu Zhao
Pesquisador do projeto FireDrone
A aplicação do aerogel no drone foi feita com placas, cobertas por alumínio, fundamental para proteger as partes elétricas do utilitário voador de 50 cm de altura. Entre os aparatos que o FireDrone conta, estão uma câmera térmica e sensores de CO₂, importantes nas operações dos bombeiros.
Outros detalhes técnicos estão disponíveis na publicação de autoria dos responsáveis pela invenção, FireDrone: Multi-Environment Thermally Agnostic Aerial Robot (“FireDrone: robô aéreo interoperável em vários sistemas, ambientes e testado termicamente”, em tradução livre), disponível no periódico científico Advanced Intelligent Systems
Aplicações do FireDrone no combate a incêndios
A contribuição de drones no combate a incêndios já vem sendo estudada antes da criação dos pesquisadores europeus (Imagem: WGVUP Public Media/Reprodução).
O FireDrone , quando pronto para uso, chegou a ser testado em um local dedicado ao treinamento de bombeiros, em Dübendorf, na Suíça. Depois do experimento em uma estrutura metálica com fogo a gás, a equipe responsável pelo drone verificou que seus componentes, câmera de imagem térmica e sensores de dióxido de carbono não sofreram danos.
O FireDrone conta com uma armadura que garante maior segurança para os materiais da estrutura (Imagem: Empa/Divulgação).
Em colaboração com bombeiros, os estudiosos avaliaram os impasses no uso de equipamentos que dessem diagnóstico prévio sobre um incêndio. Assim, a equipe responsável pelo FireDrone buscou como alguns animais sobrevivem em ambientes de temperaturas extremas, como pinguins e raposas-do-ártico, que possuem camadas de gordura e de pelo no corpo.
Apesar de viver em ambientes gelados, a raposa-do-ártico serviu para inspirar o robô voador para combate a incêndios (Imagem: Getty/Reprodução).
Ao ser utilizado, o robô voador consegue captar dados do local que está sendo alvo de chamas. A garantia do funcionamento dessa e de outras funções é a presença de sensores inteligentes, que operam ao lado de motores, baterias, entre outros dispositivos internos.
Testes do ‘drone de fogo'
Mesmo em temperaturas baixas, drone resistente ao fogo consegue operar com estabilidade, segundo os realizadores do estudo envolvendo o equipamento (Imagem: Getty/Reprodução).
O drone de fogo pode servir para outras tarefas, não apenas em locais onde há queimadas. Em tese, os pesquisadores avaliam que o drone possa atuar em locais onde há baixas temperaturas, como regiões polares ou geleiras. Para conferir se isso é possível, Häusermann e sua equipe testaram o equipamento voador num túnel de gelo localizado na Suíça, avaliando como ele funcionaria no frio do ambiente, e o resultado foi positivo.
O país onde o FireDrone foi testado pela primeira vez tem vários túneis de gelo (Imagem: Switzerlanding/Reprodução).
Mesmo com experimentações em andamento para aprimorar o equipamento contra a interferência da fuligem, por exemplo, o mercado já está interessado no robô voador. Empreendedores da indústria já estão procurando entrar em contato com os realizadores do estudo com o equipamento e querem, futuramente, desenvolver protótipos do FireDrone
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Fonte: Pesquisa FAPESP | Swiss Info | Portal do Governo (Suíça) | DesignBoom | Ensinger Plastics
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim