Notícia

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

DPCT apresenta avaliação positiva de programas da Fapesp

Publicado em 16 abril 2008

Por Manuel Alves Filho

Os resultados de um projeto concebido para avaliar quatro programas mantidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) foram apresentados nesta quarta-feira (16), na sede da agência de fomento, na Capital, pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi) do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp. De acordo com o coordenador do trabalho, professor Sergio Salles Filho, as análises apontam que todos vêm atingindo os objetivos para os quais foram criados. "Evidentemente, cada um deles apresenta pontos que precisam e podem ser melhorados", afirma.

Foram analisados pela equipe da Unicamp, constituída por 15 pesquisadores, os seguintes programas: Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (Pipe), Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (Pite), Pesquisa em Políticas Públicas (PPP) e Apoio ao Jovem Pesquisador (JP). Conforme Salles Filho, a avaliação demandou um ano e meio de trabalho. As atividades compreenderam desde a formulação da metodologia até a coleta e apreciação dos dados. Foram considerados para efeito de análise os projetos concluídos até 2006 dentro de cada programa. "O que nós apuramos foi que o Pipe está de fato financiando a inovação tecnológica na pequena empresa, que o Pite promove a parceria para a inovação entre a universidade e a grande empresa principalmente, que o PPP aproxima os órgãos de governo das instituições de pesquisa e que o JP tem contribuído para criar centros emergentes tanto do ponto de vista geográfico quanto temático", resume.

Apesar de o resultado da avaliação ser amplamente favorável aos programas em questão, os avaliadores também apuraram pontos que podem ser aperfeiçoados em cada um deles. Segundo Salles Filho, no caso do Pite, a questão fundamental a ser melhorada, e que já está sendo alvo de ações por parte da Fapesp, é fazer com que uma parte significativa das iniciativas parta das empresas. "Caso contrário, a pauta será dada prioritariamente pelo proponente do projeto, ou seja, a instituição de pesquisa". Quanto ao Pipe, o ponto a ser aprimorado refere-se à fase posterior ao desenvolvimento tecnológico, ou seja, a etapa que corresponde à produção e comercialização de uma dada tecnologia. "Esse tema, que continua descoberto, poderia aumentar enormemente a efetividade do programa", considera.

Em relação ao PPP, aponta a avaliação, seria recomendável um comprometimento maior por parte dos órgãos governamentais no sentido de assegurar que os projetos tenham maior repercussão nas políticas públicas. "Esse comprometimento, diga-se, também vale para as próprias instituições de pesquisas", ressalta Salles Filho. Finalmente, no que toca ao JP, os avaliadores consideram que a Fapesp precisa dar mais clareza ao que espera dos centros emergentes, bem como ao que ela classifica de "jovem pesquisador". "Em outras palavras, é preciso diferenciar um pouco mais esse programa das linhas de auxílio comuns".

Em relação ao trabalho de avaliação, Salles Filho o considerou "muito bem-sucedido". O próximo passo, adianta, será sistematizar o processo. "Uma avaliação ocasional tem sua importância, mas ela será sempre datada. Como as coisas mudam rapidamente, é preciso sistematizar a avaliação. Isso significa incluir nas rotinas da Fapesp indicadores que lhe permitam ter um monitoramento freqüente do que acontece com os seus programas". O diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirma que o processo de avaliação dos programas mantidos pela agência de fomento deverá ter continuidade, dado que é um importante instrumento para acompanhar os resultados e impactos de tais iniciativas.