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Dormir mal agrava problemas de saúde em idosos com obesidade (33 notícias)

Publicado em 01 de setembro de 2023

Uma pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP) apontou que indivíduos idosos com excesso de peso que enfrentam dificuldades no sono apresentam um quadro mais acentuado de sintomas ligados à ansiedade e depressão em comparação àqueles que desfrutam de um sono de qualidade. O estudo que também foi divulgado na revista Scientific Reports, concluiu que a irregularidade nos padrões de sono está associada a uma diminuição na massa e força muscular dos membros superiores e inferiores, ao mesmo tempo em que contribui para um aumento no percentual de gordura corporal.

O estudo e seu impacto

Com 95 voluntários participando, a pesquisa contou com a colaboração de membros do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição, localizado na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP), juntamente com especialistas da Faculdade de Medicina (FM-USP). Além disso, cientistas da Disciplina de Geriatria, vinculados à FM-USP, também desempenharam um papel fundamental nesse estudo.

Com o objetivo de examinar a relação entre a qualidade do sono e os indicadores quantitativos e qualitativos da saúde mental e física em idosos com sobrepeso, os investigadores delinearam a estrutura do estudo utilizando questionários para avaliar diversos domínios de saúde, totalizando 95 idosos com obesidade, os quais foram divididos em dois grupos distintos – aqueles com padrões de sono satisfatórios (46 indivíduos) e aqueles com padrões de sono desfavoráveis (49 indivíduos). Além disso, a composição corporal e a funcionalidade dos participantes também foram minuciosamente avaliadas.

As constatações revelaram que os indivíduos que experimentavam distúrbios de sono demonstravam um estado de saúde física e mental mais debilitado, evidenciado por níveis reduzidos de vitalidade, aumento na sensação de dor muscular, bem como prejuízos nas facetas tanto físicas quanto mentais. De acordo com Hamilton Roschel, nutricionista e fisiologista clínico, em que coordenou o trabalho com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp): “ Esses participantes também exibiram um maior índice de gordura corporal, acompanhado de uma menor proporção de massa magra e força muscular relativa. Adicionalmente, suas pontuações indicaram uma tendência para piores estados de depressão, ansiedade e qualidade de vida”, contou.

Importância do cuidado da saúde do sono em idosos

O resultado deste estudo desempenha um papel crucial ao ressaltar a necessidade de priorizar a saúde do sono entre os idosos, como uma estratégia fundamental para mitigar ou reverter os efeitos adversos resultantes da combinação de obesidade e envelhecimento. Esses efeitos se manifestam em diversos âmbitos da fisiologia dos idosos, incluindo processos anabólicos e o metabolismo da glicose, além de exercer influência sobre a qualidade de vida geral.

“Estamos diante de uma conjuntura altamente desafiadora: o envelhecimento da população aliado ao aumento da prevalência de obesidade nesse grupo específico, que já é propenso a enfrentar problemas de sono com maior regularidade. Além disso, há uma notável diminuição simultânea na força muscular, massa magra e bem-estar menta l”, concluiu Roschel.

Nos próximos meses, os pesquisadores da USP têm planos de publicar um estudo de acompanhamento que se concentra em terapias de estilo de vida. O foco será abordar os impactos adversos na composição corporal e distúrbios metabólicos.