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Dores nas articulações da boca podem indicar artrite reumatoide

Publicado em 04 junho 2013

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que pacientes que sofrem de artrite reumatoide costumam ter com mais frequência problemas na articulação temporomandibular (ATM).

Essa articulação é a que usamos para abrir a boca e para mastigar. Segundo o estudo, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), a avaliação da ATM pode contribuir para o diagnóstico da doença antes que ocorram alterações irreversíveis.

Em notícia publicada semana passada no site da Fapesp,  o professor de reumatologia da Unifesp Jamil Natour, coordenador da pesquisa, disse que a “a região orofacial desses pacientes tem, de fato, mais alterações do que na população saudável, incluindo menor força de mordida”. Segundo ele, a avaliação da ATM deveria, portanto, constar em consultas padrão, a fim de controlar a inflamação e a doença.

Cerca de 0,5% a 1% da população em geral sofre de artrite reumatoide. A doença – autoimune – costuma aparecer entre os 30 e os 40 anos. O diagnóstico é clínico. Múltiplas articulações costumam estar comprometidas e não existe cura definitiva para o problema. Mas há tratamentos eficazes e controle do processo inflamatório e da dor provocada.

Na elaboração do estudo, os pesquisadores da Unifesp acompanharam dois grupos: um deles, denominado grupo AR (artrite reumatoide), foi constituído por 75 pacientes da Unifesp. O outro, grupo controle, fpi formado por 75 adultos sem doença aguda nem crônica e sem queixas na região da ATM.

De acordo com a informação publicada, eram voluntários que compareciam à instituição para fazer exames de rotina, doar sangue ou acompanhar pacientes. “Todos os participantes eram do sexo feminino, mais acometido pela artrite reumatoide”, explicou Natour.

Os pacientes foram acompanhados por uma dentista – Carmen Hoyuela, mestranda da Unifesp. Ela realizou exames físicos em cada paciente, acompanhou a doença e mediu a força da mordida e da mão de cada um.

Verificamos que a menor força de mordida acompanha a diminuição da força nas mãos, mostrando que a região orofacial tem acometimento concomitante a outras partes do aparelho musculoesquelético e deve, portanto, ser acompanhada e avaliada”, afirmou Natour no site de notícias da Fapesp.

De acordo com os pesquisadores, o estudo comprovou “a necessidade de acompanhar as alterações provocadas pela artrite reumatoide na ATM. O passo seguinte é pensar em intervenções que possam melhorar as funções da boca e da face e a qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, agora já se sabe que a primeira medida deve ser uma atenção mais cuidadosa à avaliação oral de quem tem a doença”.

Mais informações em agencia.fapesp.br.