Recentemente, a divisão de internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Regenerativa e Química Medicinal – PPGB-MRQM da Universidade de Araraquara – Uniara promoveu o curso “Biomateriais Poliméricos”, ministrado pelos docentes do Programa, Rodrigo Alvarenga Rezende e Hernane da Silva Barud, e pelo professor da Universidad Simon Bolívar, da Venezuela, e do Centro de Tecnologia da Informação - CTI Renato Archer, de Campinas, Marcos Antonio Sabino.
“Os biomateriais aplicados na biofabricação, dentre várias propriedades, devem ser biodegradáveis e biocompatíveis, e têm sido cada vez mais naturais. Isso envolve o uso e estudo de biopolímeros naturais e sintéticos, além de materiais celulares vivos e as interações com os biomateriais”, contextualizam Rezende e Sabino.
Eles destacam que, atualmente, os biomateriais inteligentes vêm sendo bastante estudados. “Esses materiais, sob a atuação de algum tipo de estímulo - químico, mecânico, elétrico, fotônico etc. -, podem agir, por exemplo, liberando fármacos no organismo ou estimulando o crescimento de um determinado tipo de tecido”, explicam.
Uma das formas de biofabricação mais exploradas atualmente é a bioimpressão, de acordo com os docentes. “Assim, biomateriais são essenciais para a fabricação de filamentos e de biotintas para a fabricação de estruturas tridimensionais – feitas com bioimpressoras 3D –, que vão acondicionar as células e gerar soluções para a recuperação ou substituição de um tecido danificado”, completam.
O uso dos géis poliméricos baseados em polímeros naturais “tem muita potencialidade para a biofabricação, em particular na bioextrusão e geração de biotintas”. “No futuro, a tendência é que tecidos e órgãos humanos sejam biofabricados por bioimpressora, de forma individualizada, e com células do próprio paciente”, destacam Rezende e Sabino.
Parceria
Rezende ressalta a execução de diversos trabalhos em cooperação com Sabino, no âmbito do PPGB-MRQM. “O professor Sabino é corresponsável pela disciplina ‘Aspectos da Biofabricação’, que leciono no mestrado e doutorado do PPGB-MRQM, tendo lecionado também algumas aulas de forma remota”, conta o docente.
Ele menciona que a parceria está relacionada a pesquisas nas áreas de medicina regenerativa, engenharia tecidual e, mais especificamente, à biofabricação e ao desenvolvimento ou aperfeiçoamento de biomateriais para essas áreas. “Ele foi palestrante do I Congresso Internacional Digital em Biofabricação e Bioimpressão 3D - 3DBB e membro da comissão científica nas duas edições daquele evento, organizado pela Uniara”, lembra Rezende que, por sua vez, participou de bancas de mestrado de uma aluna da Universidad Simón Bolívar, em 2020.
Conjuntamente com o CTI e com Sabino, o professor elaborou o projeto de pesquisa à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, para vinda de Sabino ao Brasil, como pesquisador visitante, por um ano, “o que permitiu também que ele viesse por duas semanas à Uniara”.
“Assim, o professor Sabino ministrou o curso ‘Biomateriais Poliméricos’, válido como disciplina do PPGB e, além disso, ele tem trabalhado no apoio ao projeto de caracterização de polímeros oriundos de resíduos vegetais, apoiando um aluno de mestrado e alunas de iniciação científica, além de participar de reuniões com outros docentes e alunos”, relata.
Já existem planos para projetos futuros envolvendo ambos, de acordo com Rezende. “Estamos delineando um projeto a ser submetido à FAPESP e publicações em periódicos e congressos, além da continuidade de um projeto de doutoramento e outros desdobramentos que favoreçam alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado na Uniara, em parceria com outras instituições nacionais e internacionais, sendo tudo isso na área de biomateriais e biofabricação”, revela o professor.
Ele aproveita para agradecer e ressaltar o apoio recebido pela FAPESP, pelo CTI, pela reitoria e pelo coordenador André Capaldo Amaral, do PPGB-MRQM da Uniara, “instituições que possibilitaram a vinda do professor Sabino por duas semanas”. “Os trabalhos vêm sendo desenvolvidos nos laboratórios de BioPolímeros e Biomateriais – BioPolMat, e no Núcleo de Tecnologias Tridimensionais - NUT3D, ambos na universidade. Contamos também com o apoio das startups araraquarenses Natcrom e BioSmartNano”, finaliza Rezende.
Informações sobre o PPGB-MRQM da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br/ppg, pelo telefone (16) 3301-7348 ou pelo e-mail secpgbio@uniara.com.br.