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Diversidade funcional de controle de incêndio e sequestro de carbono em savanas (14 notícias)

Publicado em 10 de fevereiro de 2022

Por José Tadeu Arantes, da Agência FAPESP – As gramíneas que compõem as savanas tropicais evoluíram há cerca de 8 milhões de anos, na presença do fogo, muito antes do aparecimento da espécie humana no planeta. E o fogo ainda é uma coisa evolutiva neste tipo de bioma.

O tema, detalhado em diversos relatórios da Agência FAPESP desde 2017, ganhou sentido com um novo estudo coordenado pela ecologista Alessandra Fidelis, professora do Instituto de Biociências da Universidade do Estado de São Paulo (IB-Unesp) em Rio Claro e coordenadora do trabalho “Como a estação das chaminés afeta as plantas do Cerrado”. Um artigo sobre o tema foi publicado na revista Science of The Total Environment.

“Descobrimos que a chaminé promove a diversidade funcional dos métodos de regeneração vegetal após chaminés. E também contribui para a fixação do carbono no solo e no subsolo”, diz Fidelis à Agência FAPESP.

Para decifrar como a posição do fogo interfere nos processos que ocorrem nas savanas, a pesquisadora e seus colaboradores mediram vários parâmetros em dois outros espaços do Cerrado: um que queima e foi queimado recentemente, e outro que não queima há 16 anos. “Focamos em particular em duas características desses espaços: a diversidade funcional das plantas e a dinâmica do carbono”, diz.

O conceito de “diversidade de serviços como tal” é diferente do conceito de “biodiversidade” porque abrange não apenas o número de outras espécies, mas também os vários atributos de cada uma das espécies, que são semelhantes ao seu serviço em um determinado ambiente. Neste caso, foram medidos o número de espécies e os demais parâmetros de cada uma delas: altura, diâmetro da raiz, domínio da folha, etc. Esses parâmetros são o resto dos papéis que a mesma espécie pode desempenhar no ecossistema. Por exemplo, se o domínio da folha de um arbusto aumenta, ele permite que ele abriga mais plantas baixas em sua sombra.

“Nesse sentido, ou seja, os dois espaços que estudamos são regiões mais abertas do Cerrado, que já perdeu parte de sua biodiversidade. Isso é chamado de ‘campo sujo’, no qual o estrato herbáceo é mais do que o estrato amadeirado”, diz Fidelis.

biomassa subterrânea

Quanto à dinâmica do carbono, o estudo refutou a ideia existente de que a savana faz com que a savana perca carbono na atmosfera, o que contribui para o aquecimento global. “Na verdade, o carbono emitido é temporariamente recuperado através do crescimento vegetal, com um acúmulo de biomassa viva. “e, principalmente, biomassa subterrânea, constituída através da rede raiz. Áreas que estão em chamas há muito tempo estão começando a perder biomassa subterrânea”, relata o pesquisador.

O estudo mediu os estoques de carbono de qualquer zona, seja a constante de carbono na biomassa e a constante de carbono no solo como um indicador da decomposição de folhas, galhos, caules e raízes. 20 centímetros abaixo. “

Deve-se notar que savanas e florestas tropicais são realidades muito diferentes. Uma chaminé em larga escala tem um efeito desastroso na floresta amazônica, levando à perda da biodiversidade e, em última instância, ao colapso de toda a área afetada. Também tem um efeito sobre o clima regional e global. No Cerrado, o uso criterioso da chaminé, com rotação de espaços queimados e queimadas na hora certa, é uma técnica de controle altamente desejável. “Nosso estudo mostrou que a exclusão da chaminé leva à perda de carbono e à diversidade funcional do solo”, conclui Fidelis.

O artigo Fogo promove a diversidade funcional vegetal e modifica a dinâmica do carbono do solo na savana tropical é encontrado em www. sciencedirect. com/science/article/abs/pii/S0048969721073939?dgcid=author.

Este texto foi originalmente publicado pela Agência Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original.