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Diversidade e inclusão são temas do 8º fascículo do livro comemorativo dos 60 anos da Fapesp (8 notícias)

Publicado em 25 de fevereiro de 2022

Pesquisas sobre igualdade de gênero, impacto de políticas de cotas e diversidade na produção do conhecimento têm subsidiado ações afirmativas no Estado de São Paulo

A taxa de sucesso na aprovação de projetos pela Fapesp é praticamente igual para homens (41%) e mulheres (38%), ainda que haja variações entre áreas do conhecimento. Entre 2000 e 2016, a participação feminina cresceu de 36% para 42% entre os pesquisadores responsáveis por projetos submetidos, também com variações por área: 25% nas engenharias e 56% nas ciências da saúde, de acordo com dados da Gerência de Estudos e Indicadores da Fundação.

O avanço da participação feminina na ciência paulista tem sido favorecido por uma série de medidas adotadas pela Fapesp nos últimos anos – como, por exemplo, a inclusão na súmula curricular de informações sobre eventuais interrupções na carreira devido à licença-maternidade ou paternidade – e do apoio da Fundação ao desenvolvimento de projetos de pesquisas ligados a questões de gênero. Em pouco mais de duas décadas, a Fapesp concedeu 211 auxílios e bolsas a 170 pesquisadores dedicados ao estudo de temas como igualdade de gênero, sexualidade e violência contra a mulher.

A ampliação da diversidade de gênero na ciência é um dos temas do fascículo Diversidade e Inclusão, o 8º dos dez que comporão o livro Fapesp 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento.

O fascículo analisa também o impacto das cotas nas universidades públicas, que abriram oportunidades de acesso ao ensino superior para pessoas pretas e pardas, equiparando a sua participação efetiva no total da população brasileira. Essa reviravolta é resultado de um intenso trabalho político de múltiplos agentes, do comprometimento das universidades com as chamadas ações afirmativas e também de pesquisas, várias delas apoiadas pela Fapesp, que subsidiaram políticas públicas.

Uma dessas pesquisas comparou a performance de um milhão de alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) entre 2012 e 2014 e concluiu que o desempenho de formandos que ingressaram no ensino superior via ações afirmativas equivale ou supera o de jovens que chegaram às instituições de ensino superior pela chamada ampla concorrência.

O fascículo aborda ainda a questão da diversidade na construção do conhecimento. Nas universidades públicas do Estado de São Paulo, diversas iniciativas têm sido adotadas para incentivar o ingresso de indígenas e pessoas com deficiência, entre outros. Mas não só: o grande desafio é possibilitar que eles permaneçam no sistema e prossigam com a vida acadêmica. É aí que entram as bolsas de iniciação científica, de mestrado e doutorado, que incentivam os jovens a continuar estudando e a ingressar no universo da pesquisa.

O 8º fascículo do livro traz também dois artigos: A violência nossa de cada dia, assinado por Eunice Aparecida de Jesus Prudente, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP); e Pesquisa e inclusão de povos indígenas, de Gersem Baniwa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). E pode ser lido em: 60anos.fapesp.br/livro/fasciculo_08.

Os sete primeiros fascículos do livro – Seis décadas de realizações, DNA da Ciência Paulista, Pioneirismo Digital, Grandes projetos, grandes resultados, Políticas públicas baseadas em evidências e Contribuição social, cultural e artística e Inovação e Empreendedorismo – estão disponíveis em: 60anos.fapesp.br/livro/.

Agência Fapesp