Um invento portátil, barato, de simples uso, baixo custo e capaz de oferecer um diagnóstico, dentro de poucos minutos, na área de patologia bucal. Esse foi o resultado de uma pesquisa elaborada em conjunto por professores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para detectar a presença do vírus Epstein Barr (EBV) em saliva de pacientes HIV positivos.
O estudo foi elaborado no período de novembro de 2010 a maio de 2013. “O novo dispositivo não necessita de equipamento e profissional especializado para interpretação dos dados, diferente das técnicas atuais que duram horas ou até dias para obtenção de resultado, com necessidade de laboratório treinado, com equipamento e profissional qualificado para diagnóstico”, explica a pesquisadora da UEA, professora Michella Lima.
O sistema está em processo de análise de patenteabilidade na Agência Inova da Unicamp e recebeu financiamento no valor de R$ 61 mil, por parte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Já o custo do produto final é de cerca de R$3,56 por teste.
A pesquisadora explica que o estudo refere-se à primeira etapa de desenvolvimento do sistema. “Estamos na fase de pesquisa básica e precisamos realizar, ainda, um estudo clínico mais amplo que atenda às especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para que possa ser aplicado clinicamente. Após todos os estudos, o sistema de detecção poderá ser usado em qualquer município do Estado do Amazonas”, enfatiza.
O estudo também faz parte do doutorado da professora Michella Lima em Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da USP (FO-USP), pelo qual recebeu o segundo lugar no Prêmio de Inovação Tecnológica em Odontologia, promovido pela Comissão de Pesquisa da FO-USP.
“Após a defesa de tese agendada para julho, irei publicar os artigos científicos, para em seguida, solicitar minha inclusão no Programa de Pós-Graduação em medicina tropical da UEA e Instituto de Medicina Tropical do Amazonas, para propormos a continuidade dos estudos clínicos”, detalha.
Da redação