O diretor-presidente da Fundect e vice-presidente do CONFAP , Márcio de Araújo Pereira, e o diretor científico, Nalvo Franco de Almeida Júnior, participaram em Porto Alegre, da 66ª edição do Fórum do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP).
Realizado entre os dias 4 e 6 de dezembro, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), que neste mês celebra 60 anos, o evento reuniu na capital gaúcha presidentes e equipes técnicas das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), e parceiros de entidades e agências federais e internacionais de fomento à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).
O presidente do CONFAP, Odir Dellagostin, destacou o importante papel do Conselho e das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) para o fomento à pesquisa no Brasil:
“O CONFAP reúne os esforços de todo o sistema estadual de fomento à pesquisa no País, representado pelas suas 27 FAPs [Fundações de Amparo à Pesquisa]. Ele é responsável por 80% dos Auxílios à Pesquisa no País e foi fundamental para manter o funcionamento das universidades e centros de pesquisa nos estados da Federação durante a recente crise orçamentária das agências federais. Pesquisa se faz em rede e o fomento à pesquisa também deve caminhar no sentido de estreitar as colaborações entre agências federais, estaduais e internacionais”, disse Odir Dellagostin.
O presidente da FINEP, Celso Pansera, ressaltou a relevância dos encontros do CONFAP para a aprovação da Lei Complementar 177/2021, que modernizou a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “O CONFAP é uma entidade que norteia a formulação de políticas públicas. Destaco a necessidade de pensarmos em formas de apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e o Proinfra (Apoio Financeiro para Expansão e Desenvolvimento de Infraestrutura de Pesquisa)”, pontuou Pansera.
Conferência e Painel
Na programação, foi realizada a conferência “Desafios para a ciência e a inovação na Europa e implicações para o Brasil e a cooperação Brasil-Europa”, proferida pelo ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Portugal, Manuel Heitor.
Para Manuel Heitor, a fuga de cérebros de pesquisadores europeus indica a necessidade de investimentos em C,T&I mais consistentes no Velho Continente. “Há uma estagnação de investimentos públicos em pesquisa e faltam investimentos privados, se compararmos com o aumento do repasse de recursos nos Estados Unidos e na China. Também devemos estreitar laços científicos com países do Sul Global, que inclui Brasil e África”, ponderou.
Também foi realizado o painel sobre a perspectiva de fomento para a CT&I em 2025, com a moderação do presidente do CONFAP, Odir Dellagostin, e com as participações da ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; do presidente da Finep, Celso Pansera; do diretor de Programas e Bolsas no País da CAPES, Luiz Antonio Pessan e do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Marco Antonio Zago.
A ministra Luciana Santos reafirmou a necessidade de alinhamento entre o MCTI e as agências estaduais de fomento à pesquisa. “Esse evento simboliza a força e união do nosso sistema nacional de fomento à pesquisa, que deve considerar as peculiaridades de cada estado nesse país de dimensões continentais. O Brasil acompanhou comovido a força do povo gaúcho diante das enchentes que abalaram esse estado. A reconstrução do Rio Grande do Sul envolve a solidariedade e a mobilização de recursos, e o MCTI esteve mobilizado nesse sentido. Além de fornecer dados meteorológicos, aprovamos uma linha de crédito emergencial de R$ 1,6 bilhão para apoiar a manutenção da capacidade produtiva e de inovação de empresas inovadoras do Rio Grande do Sul afetadas pelas inundações”, disse Luciana Santos.
Tecnopuc e Instituto Caldeira
Os participantes do evento realizaram uma visita guiada ao Parque Científico e Tecnológico da PUCRS. O Tecnopuc envolve mais de 250 organizações entre empresas públicas e privadas, centros de pesquisa, startups e entidades profissionais e empresariais em uma comunidade articulada que colabora para o desenvolvimento de negócios inovadores.
Na sexta-feira (6), último dia do Fórum, a visita técnica foi ao hub de inovação Instituto Caldeira. Localizado em uma área de 22 mil m², no antigo complexo industrial de Porto Alegre, o Instituto Caldeira é um espaço destinado para atividades relacionadas à inovação e à nova economia, além de ser sede de empresas e operações de pesquisa, tecnologia e inovação.