Próximo de completar quatros anos de sua gestão à frente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), João Fernando Gomes de Oliveira fala sobre o Instituto renovado, resultado do investimento de R$ 150 milhões na atualização de sua infraestrutura, contabilizando diversas obras, a aquisição de mais de 500 novos equipamentos e uma gestão mais moderna.
Como está o IPT hoje, depois de quatro anos de investimentos em modernização?
João Fernando Gomes de Oliveira - O Instituto sofreu intensas transformações nesses quatro anos. Eu destacaria essas mudanças em três eixos principais: pessoas, infraestrutura e gestão. O IPT tem hoje um centro de informática ultramoderno, tem computadores novos para a maioria dos pesquisadores, a rede de tecnologia de informação está atualizada, a rede elétrica é nova, foram feitas pavimentações, instalações externas restauradas em boa parte, e teve mais de 30 obras de laboratórios. Foram mais de 500 equipamentos novos.
E para 2012, como ficam os investimentos?
Oliveira - Esses investimentos vão prosseguir, teremos um grande aporte de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), são mais de R$ 170 milhões de projetos que o IPT produziu e, dentro desse total, temos R$ 150 milhões aprovados e quase R$ 70 milhões contratados.
Por que essas iniciativas são importantes para a população?
Oliveira - O IPT é um parceiro do desenvolvimento do País. Como ele passou a atuar por meio do processo de modernização como um grande catalisador entre conhecimento acadêmico e demandas empresariais e governamentais, o Instituto continua fortalecendo seu papel de um parceiro nas prioridades estratégicas do País. Todo o plano de modernização do IPT teve como base os principais elementos estratégicos para o crescimento do País, que são o desenvolvimento de tecnologias para o pré-sal, para maior sustentabilidade na área de energia, na área de despoluição e pelo desenvolvimento da bionanotecnologia, que agrega valores inovadores em produtos.
Quais são os próximos passos para viabilizar a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industria (Embrapii)?
Oliveira - Esse é um projeto do Governo Federal de instalar no País um sistema de fomento com base na inovação tecnológica por meio de um modelo operacional em que a capacidade de captação de recursos é sempre acoplada a um apoio de subvenção. Como o IPT tem uma grande capacidade de captação, ele pode tirar proveito do modelo da Embrapii e por isso foi convidado a participar de um projeto-piloto. Os próximos passos para viabilizar esse projeto são a contratação entre Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), de um acordo de cooperação e com esse acordo o IPT automaticamente assina com a CNI o repasse de recursos com base em um modelo de gestão, de contrapartidas e de indicadores de resultados institucionais e não de projetos.
Qual a diferença da Embrapii para outros fundos de fomento?
Oliveira - A grande diferença para um fundo de fomento à pesquisa é que a Embrapii olha para a instituição, para o seu plano de desenvolvimento e sua capacidade de produzir indicadores de inovação e de captar recursos nas empresas. Então, eu posso eventualmente fazer um projeto para uma empresa em que ela pague 100% e para outra eu posso ajudá-la a desenvolver 100% com recursos próprios, mas no global, se você estiver captando dentro de uma proporção adequada, que no caso é um terço da empresa, um terço da Embrapii e um terço da própria instituição, você consegue viabilizar o projeto. Isso cria flexibilidade no sistema, porque o IPT passa a operar quase como se tivesse um contrato de gestão com a CNI.
Esse modelo de partilha de um terço projeta um orçamento de R$ 270 milhões a partir do aporte de R$ 90 milhões pelo MCTI. É esse mesmo o valor do arranque inicial?
Oliveira - Esses R$ 270 milhões devem ser investidos em 18 meses. Se cada instituição vai receber R$ 30 milhões, vai depender da capacidade dela captar; não é por projeto, mas pelo pacote do plano de ação. Por exemplo: vou desenvolver 20 projetos com 50 empresas e vou captar R$ 10 milhões das empresas; para isso, eu consigo recursos do BNDES, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) ou do próprio IPT, que vai colocar mais R$ 10 milhões e a Embrapii então vai colocar mais R$ 10 milhões.
A imagem do IPT mudou a partir de todos esses investimentos?
Oliveira - O IPT sempre teve uma imagem reconhecida como desenvolvedor de tecnologia, como solucionador, como um indutor de políticas públicas, mas eu acho que a imagem que o IPT tinha era aquém do que acontecia aqui dentro. Então, nós fizemos um trabalho de recuperação da nossa capacidade de transmitir informações, com o fortalecimento da assessoria de imprensa, com um redesenho completo dos nossos instrumentos de comunicação, do nosso website, relatório anual, revistas, vídeos e todo esse trabalho integrado entre a assessoria de imprensa e o mundo jornalístico. Isso fez com que o IPT tivesse uma exposição compatível com a sua capacidade. Então, hoje a imagem do Instituto é melhor do que antes, não só porque o IPT está mais moderno e tem mais capacidade de produzir impacto, mas porque o Instituto aprendeu a comunicar melhor, porque é difícil o diálogo com os meios de comunicação.
(Fonte: IPT - 19/12/11)