O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, se reúne nesta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Adhanom também se encontra, no mesmo dia, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. As reuniões acontecem em meio à explosão de casos de dengue.
Oficialmente, o diretor-geral da OMS visita o Brasil para o lançamento do Plano de Eliminação de Doenças Determinadas Socialmente, ação do ministério para eliminar, como problemas de saúde pública, doenças que acometem mais intensamente populações em vulnerabilidade social — como tuberculose, malária, HIV e hanseníase.
De acordo com integrantes do governo, porém, será inevitável discutir os casos de dengue no Brasil.
No último sábado, o Ministério da Saúde iniciou os trabalhos do centro de operações de emergência, equipe que irá coordenar as ações de combate à dengue e monitorar o avanço da doença.
O aumento de casos de dengue vem preocupando o governo, já que os números de janeiro superam significativamente os do início do ano passado. Foram 232,9 mil casos identificados no país nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, período que foi até 27 de janeiro, segundo dados do ministério. No mesmo período, em 2023, foram registrados 65.366, o que revela crescimento de 252%.
A ministra da Saúde destacou a importância de ações coordenadas entre os gestores de saúde para conter o aumento de casos, especialmente com a chegada do Carnaval e volta às aulas. Ainda no sábado, Trindade esteve com o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, e com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, para tratar sobre uma parceria para aumento na produção da vacina da dengue.
A vacinação contra a doença com a vacina Qdenga está prevista para começar em fevereiro, ainda sem dia marcado. A campanha será destinada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de regiões com alta incidência de casos. Ao todo, 521 municípios do país receberão as doses neste ano.
Adhanom será acompanhado pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.
Correio Braziliense Foto Agencia Brasil