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Repórter MT

Dieta com menos gordura pode prevenir calvície, indica pesquisa

Publicado em 12 outubro 2017

Uma pesquisa realizada na USP (Universidade de São Paulo) analisou quais são os efeitos de dietas de restrição calórica sobre a pele. O estudo foi feito com camundongos e levantou que a alimentação com menos calorias ajuda a viver mais, mas reduz as reservas de gordura que mantêm o corpo aquecido.

Por conta desses efeitos, o tecido cutâneo dos roedores estimula o crescimento de pelos e aumenta o fluxo sanguíneo para aquecer a pele. Os resultados da análise foram divulgados pela Agência Fapesp.

A pesquisa acompanhou dois grupos de camundongos ao longo de seis meses. Em um grupo, eles puderam se alimentar livremente, como, quando e quanto queriam. Esses animais ficaram obesos. Já o segundo grupo foi submetido a uma dieta na qual era permitido comer somente 60% das calorias consumidas em média pelo outro grupo.

Passados seis meses, os roedores submetidos a restrição calórica tinham massa corporal 40% menores que os demais. Eles não perderam peso, apenas não engordaram como os outros. Como a gordura que ajuda a deixar os corpos aquecidos diminuiu, a resposta adaptativa da pele dos camundongos foi estimular o crescimento de pelos. Os animais passaram a exibir pelagens mais uniformes, mais espessas e com pelos mais longos.

"O pelo tem propriedades que isolam melhor o calor. Achamos que essa é uma adaptação presente nos mamíferos. Aqueles que comem menos têm menos gordura e, portanto, precisam de mais pelos para isolar o calor", disse Alicia Kowaltowski, pesquisadora do Instituto de Química da USP.

O artigo integra uma série de estudos coordenados por Kowaltowski no âmbito do Redoxoma (Centro de Pesquisa em Processo Redox em Biomedicina), CEPID (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) apoiado pela Fapesp. O objetivo é investigar o efeito da restrição calórica sobre diferentes tecidos.