O processo de desenvolvimento do produto envolve a utilização de resíduos de óleos vegetais da indústria, como de soja, de milho, de babaçu e de algodão. Tais resíduos servem como meio de cultivo para a Pseudomonas aeruginosa, bactéria responsável peia produção do biosurfactante.
"A bactéria precisa de fontes de carbono para sobreviver. Quando ela está em contato com os resíduos de óleos vegetais, a Pseudomonas adquire o carbono necessário e, ao mesmo tempo, produz o biosurfactante", explicou à 'Agência Fapesp' o coordenador da pesquisa, Jonas Contiero.
Durante os experimentos, desenvolvidos no Laboratório de Microbiologia Industrial em parceria com a cientista Mareia Mitschke, também do IB, uma amostra de areia foi misturada com petróleo. Em seguida, adicionou-se o detergente biológico na mistura para que a reação fosse observada.
"Depois de duas aplicações do biosurfactante, um composto biodegradável e não tóxico, a areia ficou praticamente idêntica à original e todo o petróleo foi recuperado", disse Contiero. Ele acredita que o biosurfactante pode ser utilizado ainda como agente de biorremediaçâo de solos e águas contaminadas, e no combate a poluentes como querosene, gasolina e óleo diesel.
Além disso, segundo Contiero, o detergente pode auxiliar no processo de extração de petróleo. "Se de um poço, por exemplo, não for possível extrair a quantidade desejada de petróleo, basta jogar cultura da bactéria Pseudomonas aeruginosa no local para que ela produza o biosurfactante e facilite a retirada do óleo bruto aderido na rocha", disse o pesquisador.
"O composto diminui a tensão superficial, fazendo com que o petróleo aflore com mais facilidade".
(Agência Fapesp. 29/11)
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