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Detector de bactérias é patenteado

Publicado em 19 agosto 2004

Um sensor biológico capaz de detectar microrganismos em tempo real por meio de fibra óptica rendeu para a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), da Fiocruz, a primeira patente obtida nos EUA Thiago Romero escreve para a "Agência Fapesp": O aparelho é 14 vezes mais rápido do que os métodos tradicionais. A tecnologia permite identificar em até cinco horas o tipo de bactéria presente no ar e pode auxiliar no combate a infecções hospitalares. "O sensor também pode ser usado para detectar microrganismos nos alimentos, na água e no solo", disse o pesquisador Aldo Pacheco Ferreira, do Depto. de Saneamento e Saúde Ambiental da Ensp, à 'Agência Fapesp'. Ferreira desenvolveu a tecnologia durante o doutorado em Engenharia Biomédica no Programa de Pós-graduação em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do RJ (UFRJ), em parceria com Marcelo Werneck e Ricardo Ribeiro. O processo se caracteriza pela aspiração de ar, que é inserido em um recipiente com meios de cultura - mistura de sangue, vitaminas, sais, extratos de algas e água, entre outros elementos, propícios à proliferação de agentes patogênicos. As bactérias se alojam na fibra óptica e começam a se reproduzir. O aparelho tem um sensor biológico com um feixe de laser que, ao ser colocado dentro do recipiente, faz com que as bactérias entrem em contato com a fibra ótica, absorvendo parte da luz emitida pelo laser. A quantidade de microrganismos é medida pela intensidade do fluxo luminoso. "O aparelho é uma espécie de armadilha que consegue identificar as bactérias presentes em diferentes tipos de ambientes", disse Ferreira. Segundo o pesquisador, um dos principais objetivos da tecnologia é auxiliar no combate às infecções hospitalares. "A idéia é que o equipamento seja instalado em salas de cirurgia para que a qualidade do ar seja constantemente monitorada", explica. "Estamos também desenvolvendo estudos para aplicar o sensor em projetos de monitoramento da água, pois temos no Brasil um índice de contaminação altíssimo nesse meio que pode ser considerado o petróleo do século 21", disse Ferreira. (Agência Fapesp, 19/8) JC e-mail 2589, de 19 de Agosto de 2004.