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Desvios Financeiros de R$ 1,9 milhão em Instituto de Biologia: Servidora da Unicamp Suspeita de Desvio de Verbas para Pesquisas (12 notícias)

Publicado em 28 de maio de 2024

Por Notícias 24h

Apuração identificou cerca de 220 suspeitas transferses, 160 para conta bancária de ex-funcionária suspeita. Disponível para esclarecer. Termos: transferências suspeitas, apuração internas, Sindicância, notas falsas, contas fiscais, empresas abertas.

Os desvios de recursos destinados à pesquisa no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, divulgados em janeiro passado, podem atingir um montante de R$ 1,9 milhão, conforme apurado internamente pela instituição.

Além dos desvios financeiros para a área de pesquisa, também foram identificados desvios de verbas destinadas a outras finalidades, como diversões e atividades extracurriculares, resultando em prejuízos significativos para a comunidade acadêmica.

A funcionária suspeita, Ligiane Marinho de Ávila, teve seu desligamento em dezembro de 2023 e desde fevereiro deste ano está sob investigação pelas autoridades policiais. Segundo informações apuradas, a Unicamp identificou aproximadamente 220 transferências bancárias suspeitas realizadas pela servidora. Ela era responsável pelo gerenciamento dos pagamentos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) destinados aos pesquisadores do Instituto de Biologia.

Transferências suspeitas e notas fiscais fraudulentas

A maioria das transferências, cerca de 160, foi direcionada para a conta da própria servidora, totalizando um montante de R$ 1,2 milhão. Os outros 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas que também estão sendo investigadas pela Polícia Civil. As transferências suspeitas ocorreram entre setembro de 2018 e janeiro de 2024, variando entre R$ 400 e R$ 80 mil cada. Nas notas fiscais apresentadas, diversas justificativas foram mencionadas, como aquisição, transporte e manutenção de equipamentos, além do desenvolvimento de softwares e sites.

Sindicância Administrativa e prorrogação do inquérito

Na última terça-feira (21), a Polícia Civil solicitou à Justiça a prorrogação do inquérito, alegando a necessidade de mais tempo para aprofundar as investigações devido ao volume excessivo de trabalho. O Ministério Público concordou com a extensão do prazo, porém, a decisão final ainda está pendente. Pelo menos 27 professores do Instituto de Biologia reportaram movimentações suspeitas nas verbas de pesquisa, com um desvio de R$ 245 mil identificado em um dos casos.

Empresas envolvidas e simulação de contratações

Os docentes afirmaram em petição à polícia que uma apuração interna revelou que a servidora utilizou uma empresa registrada por ela para emitir notas fiscais fraudulentas, descrevendo serviços fictícios com o intuito de simular contratações e ocultar a apropriação indevida dos valores. Além disso, a suspeita apresentou um recibo falso referente a um serviço nunca prestado, em nome de terceiros sem vínculo com os professores. Essas práticas fraudulentas envolvem as duas empresas e as duas pessoas que também receberam verbas do Instituto de Biologia transferidas por Ligiane.

Investigação e confiança abalada

Os professores revelaram à polícia que a investigada atuava na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador (SAIP), setor responsável pela gestão dos recursos destinados às pesquisas do Instituto de Biologia. Após o recebimento do financiamento, os pesquisadores repassavam os dados necessários, como cartões, números de conta bancária e senhas, para a funcionária, que, segundo as investigações, se aproveitava da confiança depositada em sua função para realizar os desvios financeiros.