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Desmatamento diminui no Mato Grosso com aumento na produção de soja

Publicado em 17 janeiro 2012

A produção de soja no Mato Grosso aumentou mais de 30% entre 2006 e 2010, saltando de 15,6 milhões para 20,5 milhões de toneladas. Em paralelo a esse crescimento da produção agrícola, o desmatamento no Estado, que é responsável por 31% da soja produzida pelo país e liderou a derrubada de árvores na Amazônia no início dos anos 2000, também diminuiu 30% no mesmo período, atingindo 850 km² em 2010 - o que representa 11% de sua média histórica de 7.600 km² registrada entre 1996 e 2005.

A mudança foi obtida por meio do aumento na produtividade e na utilização de áreas já desmatadas para o cultivo da oleaginosa, dispensando a necessidade de desmatar mais áreas de floresta, aponta um estudo internacional com participação brasileira.

Os resultados da pesquisa foram publicados nesta semana no site e em breve sairão na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Combinando dados de satélite com estatísticas governamentais de desmatamento e de produção agrícola no Mato Grosso nos anos 2000, os pesquisadores constataram que a queda nos índices de desmatamento na região no período de 2006 a 2010 - em um período histórico de expansão da agricultura no estado - foi causada, principalmente, por mudanças no uso da terra.

"A pesquisa mostra uma desvinculação entre o crescimento da produção de soja e o desmatamento no Mato Grosso que poderia servir de modelo para outros estados da Amazônia", disse Shimabukuro à Agência FAPESP.

"Seria possível evitar o desmatamento nesses Estados por meio da melhor utilização de áreas de plantio já disponíveis e aumentando a produtividade da cultura, que é o que ocorre, por exemplo, na região Sudeste, onde as técnicas agrícolas são melhores", comparou.