SÃO PAULO, 30 de abril de 2009 - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) solicitaram pedido de patente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) por terem desenvolvido nanofibras por eletrofiação, técnica que possibilita a obtenção de fibras com superfície de contato muito maior do que as produzidas normalmente.
Nanofibras têm diâmetros de bilionésimos de metro, milhares de vezes menores do que uma fibra têxtil comum.
"A eletrofiação de nanofibras de nanocompósitos poliméricos é um processo novo. A vantagem de adicionar partículas nanométricas aos polímeros se deve à melhora substancial das propriedades mecânicas, às propriedades de barreira a diversos gases e vapores e também ao aumento da taxa de biodegradabilidade", disse Rosario Elida Suman Bretas, professora do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, à Agência FAPESP.
A pesquisa foi feita em parceria com a Rhodia Têxtil do Brasil e teve apoio da FAPESP nas modalidades Auxílio a Pesquisa - Regular e Auxílio a Pesquisa - Projeto Temático. O pedido de patente foi feito com apoio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI) da Fundação paulista.
A professora da UFSCar explica que as nanofibras possuem a vantagem de terem uma área superficial extremamente elevada. São aplicáveis em diversas áreas, como medicina - em enxertos de pele artificial, suportes para crescimento celular de órgãos in situ, suportes para crescimento celular, crescimento de vasos capilares, liberação de fármacos e filtração de vírus e bactérias - ou engenharia, por exemplo, na filtração de partículas micrométricas em tecidos especiais.
As vantagens do novo método, segundo ela, são a obtenção de fibras de diâmetro nanométrico que não podem ser obtidas por outro método convencional de fiação e a utilização de solventes não-tóxicos.
"Mas nem todos os polímeros são facilmente solúveis como o polietileno e o polipropileno. E a produção em grandes quantidades ainda é limitada e há necessidade de proteção contra descargas elétricas", ressaltou.