Detectado RNA caracteriza em amostras, desencadeia análise molecular e identificação viral, alertando para implicações na concepção e reprodução assistida.
Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram, recentemente, que o SARS-CoV-2 pode ser detectado no plasma sanguíneo de indivíduos recuperados da COVID-19 por até 120 dias, mesmo após a alta médica. Essa nova evidência levanta questões sobre a possibilidade de transmissão prolongada do SARS-CoV-2 através do sangue, impactando diretamente as estratégias de controle da pandemia.
Além disso, a pesquisa revelou que o coronavírus pode permanecer ativo em superfícies por longos períodos, representando um desafio adicional na contenção da disseminação do vírus. Essa descoberta ressalta a importância de medidas rigorosas de higiene e distanciamento social para prevenir a propagação do patógeno e proteger a saúde pública. caracterização
Estudo sobre a presença do SARS-CoV-2 no sistema reprodutivo masculino
Os achados da investigação, divulgados recentemente na revista Andrology, ressaltam a importância de considerar um período de ‘quarentena’ após a infecção para aqueles que planejam ter filhos. Após mais de quatro anos desde o início da pandemia de Covid-19, é evidente que o novo coronavírus tem a capacidade de invadir e danificar várias células e tecidos humanos, incluindo os do sistema reprodutivo, onde os testículos servem como uma ‘porta de entrada’.
Embora vários estudos tenham destacado sua maior agressividade em relação ao trato genital masculino em comparação com outros vírus e tenham até mesmo detectado o patógeno nas gônadas masculinas durante autópsias, o SARS-CoV-2 raramente é encontrado em testes de PCR do sêmen.
Para preencher essa lacuna de conhecimento científico, a pesquisa atual, apoiada pela FAPESP, utilizou técnicas de PCR em tempo real para detecção de RNA e microscopia eletrônica de transmissão (TEM) para examinar espermatozoides ejaculados por homens recuperados da Covid-19. Foram analisadas amostras de sêmen de 13 pacientes infectados com idades entre 21 e 50 anos, que tiveram a doença em diferentes graus de gravidade.
Embora todos tenham testado negativo para a presença do SARS-CoV-2 no sêmen por meio do PCR, o vírus foi encontrado em espermatozoides de oito dos 11 pacientes com casos moderados a graves até 90 dias após a alta hospitalar. Além disso, o SARS-CoV-2 foi identificado em um dos dois pacientes com Covid-19 leve. No total, nove dos 13 pacientes apresentaram o vírus de forma intracelular nos espermatozoides ejaculados.
Os pesquisadores também observaram a formação de ‘armadilhas extracelulares’ pelos espermatozoides, onde o DNA nuclear se descondensa, as membranas celulares se rompem e o DNA é liberado para o ambiente extracelular, criando redes semelhantes às descritas na resposta inflamatória ao SARS-CoV-2. Jorge Hallak, coordenador do estudo, menciona a presença de um mecanismo imunológico conhecido como NET, que é uma estratégia de defesa contra o vírus.