Pesquisadores afilhados ao centro de pesquisa genômica para mudanças climáticas (GCCRC), organizado pela Universidade de Campinas (Unicamp) descobriram uma proteína envolvida na resistência do milho ao clima seco, altas temperaturas e invasão fúngica. Essa descoberta abre caminho para o desenvolvimento de plantas e produtos mais resistentes à seca que reduzem as perdas de produção em um momento em que as mudanças climáticas globais ameaçam o rendimento das culturas em todo o mundo, diz André Julião, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Os pesquisadores nomearam a nova proteína de quinase inativa sensível à seca 1 (DRIK1). Eles também encontraram uma molécula sintética que se liga ao DRIK1 e pode ser usada no futuro para cultivar plantas nas quais a atividade das proteínas é naturalmente reduzida ou para desenvolver produtos que inibem a proteína.
"Em condições normais, a proteína controla os mecanismos de desenvolvimento da planta e inibe os genes para a resposta ao estresse. Em clima seco ou quando a planta é atacada por patógenos, os níveis da proteína são reduzidos e a resposta necessária é ativada para controlar os efeitos do estresse hídrico, do estresse térmico ou do ataque de patógenos ", afirmou Paulo Arruda, professor do Instituto de Biologia, (IB) da UNICAMP.
Para identificar a molécula que se liga à proteína, os pesquisadores usaram uma plataforma desenvolvida pelo Centro de Química Medicinal da UNICAMP (CQMED) para descobrir alvos moleculares para medicamentos. Dirigido por Arruda, o CQMED também é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) cofinanciado no estado de São Paulo pela FAPESP.