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O Antagonista

Descoberta de Saruê infectado com raiva acende alerta em Campinas (33 notícias)

Publicado em 06 de fevereiro de 2024

Descubra o alerta em Campinas após a detecção de um saruê infectado com raiva e entenda as possíveis implicações para as zonas urbanas.

Um saruê, também conhecido como gambá, foi encontrado morto de raiva em um bosque no centro de Campinas. A descoberta, única no município e registrada pela Unidade de Vigilância de Zoonoses, acendeu um alerta sobre a presença do vírus, letal para seres humanos, em zonas urbanas.

Entenda o estudo da USP

Segundo pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ), gambás estão bem adaptados ao meio urbano e não deixam de interagir com áreas silvestres. “Não se sabe quase nada das doenças que eles podem ter e, eventualmente, transmitir para nós”, relata o professor José Luiz Catão Dias.

Transmitida por morcegos?

Há uma suspeita de que o vírus da raiva foi transmitido ao saruê por morcegos, já que o tipo de raiva encontrado provocou paralisia no animal que teve todos os seus órgãos infectados. A pesquisa ocorre em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e o Centro de Controle de Zoonoses de Campinas.

Vigilância contínua

O estudo também contesta um estudo dos anos 1960 que sugeriu que os gambás seriam resistentes à raiva. “Este caso mostra que os gambás são suscetíveis à raiva e podem potencialmente adquirir de morcegos”, ressaltou o professor Dias.

Testagem

O gambá infectado com raiva foi um dos 22 testados para diversas doenças em 2021. Além do Adolfo Lutz e do Centro de Controle de Zoonoses de Campinas, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo também participou da iniciativa.

Parcerias Internacionais

Os pesquisadores pretendem continuar o estudo firmando parcerias com instituições em outros países que realizem a vigilância de marsupiais, como a Austrália, por exemplo, apontou a Fapesp.

No ano de 2014, Campinas registrou vírus da raiva em um gato, alertando à necessidade de manter o controle e monitoramento da doença. A vigilância contínua permite entender melhor a dinâmica dessas doenças e prevenir a sua ocorrência em humanos e animais domésticos.