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Descoberta de molécula inédita pode dar respostas sobre tratamento do câncer (54 notícias)

Publicado em 28 de maio de 2024

Pesquisa com participação brasileira descobriu nova molécula que pode ajudar na compreensão do câncer e encontrar novo tratamento

Um estudo publicado este mês na revista Journal of Medicinal Chemistry descreveu o desenvolvimento de uma molécula inédita que pode mudar a compreensão de diferentes tipos de câncer. O trabalho teve envolvimento de pesquisadores e instituições brasileiras e investiga a novidade com potencial para apoiar o tratamento da doença.

Descoberta pode mudar compreensão do câncer

Segundo a Agência Fapesp, a molécula inédita descoberta pode inibir a proteína VRK1, envolvida na manutenção da integridade do DNA e na proliferação de alguns tipos de câncer, como de mama, próstata, intestino, gliomas (no cérebro) e ovário.

  • Como explicou a pesquisa, as células dos tumores passam por mutações e se multiplicam rapidamente. Isso faz com que elas acumulem erros no genoma do DNA;
  • A VRK1 é uma proteína quinase, que modifica outras proteínas adicionando moléculas de fosfato. Ela também participa na resposta celular que detecta e repara os danos ao DNA;
  • Na prática, ela viabiliza a proliferação das células mutadas. Já a ausência da VRK1 faz com que as células acumulem erros no genoma e levem à morte celular;
  • Em células de tumores, a quinase é produzida em quantidades maiores.

Molécula serve como ferramenta para investigar câncer e encontrar tratamento

A descoberta da nova molécula serve como uma ferramenta para investigar os efeitos que a inibição da proteína causa tanto nas células saudáveis quanto nas tumorais. Os pesquisadores fizeram ensaios para mostrar a ação delas.

O estudo também aponta o potencial da VRK1 como alvo do tratamento em diversos tipos de câncer.

"Neste trabalho, mostramos que diante da inibição da VRK1 em células não ocorre a reparação dos erros e elas acabam morrendo, pois o acúmulo de danos é muito grande."

Rafael Couñago, pesquisador do CQMED e autor do artigo

O trabalho foi liderado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Aché Laboratórios Farmacêuticos, com pesquisadores de diferentes países. A publicação é resultado de cinco anos de pesquisa na proteína.

A esperança é entender os efeitos dessa relação para descobrir mais sobre o câncer e novas formas de tratamento.

Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Gabriel Sérvio 

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Vitoria Lopes Gomez é redator(a) no Olhar Digital

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.