A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou nesta quarta-feira (28) que o laboratório japonês Takeda, que produz as vacinas contra a dengue, ainda não tem condições para iniciar o processo de transferência da matéria-prima para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — para a produção da vacina no Brasil.
Em contraponto, Nísia afirmou que aposta na vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, mas que ainda não foi apresentada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — que precisa liberar a produção.
“A vacina é uma estratégia que não deve ser para 2025, mas para talvez 2026”, afirmou a ministra em café da manhã com jornalistas realizado no Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28).
Regional de Foz é a 2ª com mais casos prováveis de dengue
Plano contra a dengue
O Ministério da Saúde ainda vai lançar um plano estratégico ainda neste ano para combate à dengue. As ações vão guiar o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) nos próximos meses.
A primeira etapa do plano deve ser lançada no início de setembro.
“Temos um plano praticamente pronto, mas esperando um pouco a definição do cenário… Faltam alguns dados de variáveis para que haja a definição. Umas das variáveis, por exemplo, é quais sorotipos vão estar circulando mais no país?”.
Neste ano, foram registrados mais de 6 milhões de casos e 5 mil mortes por conta da dengue no Brasil.
Frascos da vacina Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic e usada no Brasil para a imunização contra a mpox. — Foto: Alain Jocard/Pool via REUTERS
Mpox
A ministra também comentou sobre a vacina da Mpox que deve continuar sendo aplicada apenas para grupos prioritários , já que são poucas doses disponíveis no mundo.
Ela explicou que atualmente no país há um plano de contingência em prática com a vigilância em saúde para encaminhamento, tratamento e isolamento das pessoas com sintomas.
Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox pelo Ministério da Saúde.
Coqueluche
Outro tema tratado durante o encontro, foi a coqueluche.
A doença tem chamado atenção das autoridades internacionais, pois países como China, Estados Unidos e membros da União Europeia registraram aumento dos casos da doença nos últimos meses.
Aqui no Brasil, 517 casos foram registrados pelo Ministério da Saúde em 2024.
“Temos que reforçar a vacinação. Temos trabalhado juntos para melhorar a atenção primária até, quando precisar, o atendimento especializado. E lamentar que haja agravamento e morte quando temos os meios pra evitar a doença”, alertou a ministra da saúde.
Cortes no orçamento
Nísia Trindade também comentou sobre o corte nos gastos do governo e afirmou que os principais programas da pasta não serão afetados.
“Todo contingenciamento tem efeitos e – se for necessário – haverá remanejamento de recursos, mas não haverá prejuízo em nenhum programa prioritário do ministério”.