O avanço da dengue no Brasil preocupa as autoridades. Mas a chegada de uma vacina no país pode ajudar a conter a proliferação da doença.
A Qdenga , da farmacêutica Takeda, será distribuída pelo Sistema Único de Saúde ( SUS ). Enquanto isso, um imunizante também está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan e pode ficar disponível para a população em 2025.
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A Qdenga recebeu o aval da agência reguladora em março de 2023 e foi incorporada ao sistema público universal em dezembro do mesmo ano. Já o imunizante em desenvolvimento pelo Butantan tem sido estudado há 15 anos, com a fase 1 de testes clínicos sendo feita entre 2010 e 2012, e a fase 2, em 2013 e 2015. Em 2018, o instituto firmou uma parceria com a farmacêutica MSD para acelerar o desenvolvimento da vacina. Os resultados dos testes clínicos de fase 3 foram divulgados na última quarta-feira (31). As informações são da CNN
Vacina contra a dengue (Imagem: shutterstock/chemical industry)
A Qdenga e a vacina do Instituto Butantan são produzidas com o vírus da dengue atenuado. Isso estimula o sistema imunológico a produzir células e anticorpos específicos para proteger a pessoa infectada.A diferença é que o imunizante brasileiro contém os quatro tipos do vírus da dengue em versões enfraquecidas, enquanto a Qdenga conta apenas com o subtipo DEV-2. Apesar disso, ambas protegem contra os quatro tipos do vírus da dengue.A eficácia de cada vacina pode variar de acordo com fatores como a idade, quadro clínico e se a pessoa já teve dengue antes ou não. As taxas de eficácia da Qdenga em até 54 meses após a vacinação completa são: 63% para a doença sintomática de qualquer gravidade e 85% para internação pela doença.Já o imunizante desenvolvido pelo Butantan tem 73,5% de eficácia em quem nunca teve contato com o vírus;, 89,2% em quem já teve dengue anteriormente e 79,6% de eficácia geral.A vacina Qdenga é indicada para crianças a partir de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos, independentemente se a pessoa já teve dengue antes ou não. O imunizante é contraindicado para pessoas com alergia grave a algum dos componentes da vacina, gestantes, mulheres em fase de amamentação, pessoas com imunodeficiência e pacientes com HIV.Já a vacina do Butantan foi testada em ensaio clínico de fase 3 em 16.235 pessoas com idades de 2 a 59 anos. Dessas pessoas que receberam o imunizante, apenas três (menos 0,1%) apresentaram eventos adversos graves e todos se recuperaram totalmente. A frequência de eventos adversos foi a mesma em todas as faixas etárias, o que indica que a vacina deverá ser indicada para pessoas entre essas idades.O esquema de dose da Qdenga é de duas aplicações, com intervalo de três meses entre elas. Por outro lado, a vacina do Butantan foi testada em duas doses, com a segunda aplicação sendo realizada 6 ou 12 meses após a primeira. No entanto, não foram observadas diferenças significativas na resposta de anticorpos. Isso indica que a vacina deverá ser aplicada em uma única dose.
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