O ano de 2024 tem sido o pior da história do Brasil quando o assunto é a dengue. Por aqui, o número de casos e mortes provocados pela doença já é recorde.
Diversos fatores podem explicar este crescimento. Entre eles, as mudanças climáticas, que estão favorecendo a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Especialistas em saúde concordam que a medida mais eficaz para combater a proliferação da dengue é a vacinação da população. Algo que está mais perto de se tornar realidade, uma vez que o Instituto Butantan concluiu a entrega dos documentos para a análise da vacina desenvolvida pela entidade.
Um milhão de doses da vacina podem estar disponíveis já em 2025
O imunizante é administrado em dose única, sendo o primeiro do tipo a ser criado no mundo. Agora, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisar os dados e conceder o registro liberando o início do uso da vacina no Brasil.
Em caso de aprovação, o Butantan diz que poderá entregar um milhão de doses ao Ministério da Saúde já em 2025. Outras 100 milhões seriam disponibilizadas nos anos de 2026 e 2027. Já a definição dos critérios de vacinação da população deverá ser feita pelo Governo Federal, por meio do Plano Nacional de Imunizações.
Não há previsão de quando a análise da Anvisa sobre a vacina ficará pronta (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Os ensaios clínicos do imunizante Butantan-DV foram encerrados em junho deste ano, quando o último participante completou cinco anos de acompanhamento. A vacina apresentou quase 80% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática.
Os resultados da fase 3 do ensaio clínico ainda apontaram para uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.
Número recorde de casos e mortes pela doença
Segundo o mais recente balanço divulgado pelo painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil já superou com folga o total de casos da doença em 2023.
São mais de 6,6 milhões casos prováveis e 5.925 mortes confirmadas desde o início do ano.
Outros 1.069 óbitos estão sendo investigados.
Neste período, alguns estados (Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal) chegaram a decretar estado de emergência em saúde devido à alta transmissão de dengue.
Entre as capitais, Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Natal (RN) e Belo Horizonte (MG) também declararam emergência epidemiológica por causa da doença.
Para fins comparativos, a dengue matou 1.179 brasileiros no ano passado.
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