O Ministério da Saúde, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB), lançou o estudo Demografia Médica no Brasil em 2025. O levantamento é o mais completo já feito no país sobre a atuação dos médicos e trouxe dados atualizados sobre especialidades, formação, desigualdades regionais, vínculos de trabalho, presença feminina e muito mais.
Além de mapear o cenário atual, o estudo ajuda a entender os desafios e a pensar em estratégias para o fortalecimento do SUS e da formação médica no Brasil. A seguir, confira os principais destaques!
Médicos especialistas e médicos generalistas: distribuição desigual pelo país
O Brasil contava, em dezembro de 2024, com 353.287 médicos especialistas, o que representa 59,1% do total de médicos. Os outros 40,9% (244.141) são generalistas — ou seja, médicos sem título de especialista.
Apesar de representarem a maioria, os especialistas não estão bem distribuídos pelo país. Enquanto no Distrito Federal eles são 72,2% dos médicos, no Piauí esse número cai para 45,1%. A região Sudeste concentra mais da metade (55,4%) dos especialistas do país, enquanto o Norte tem apenas 5,9%.
Cirurgias: concentração no setor privado
A Demografia Médica 2025 também analisou o acesso à cirurgias no Brasil e revelou uma disparidade entre os setores público e privado.
Em três das principais cirurgias realizadas no país (apendicectomia, colecistectomia e correção de hérnias abdominais), os pacientes com plano de saúde são operados com mais frequência do que os atendidos apenas pelo SUS. Por exemplo:
Apendicectomia: 100 cirurgias por 100 mil habitantes na rede privada contra 74,45 no SUS.
Correção de hérnia: 401,41 cirurgias por 100 mil na rede privada, número 86,6% superior ao do SUS.
Mesmo com essas diferenças, o SUS ainda é responsável pela maioria dos procedimentos — o que reforça a necessidade de ampliar o acesso e investir em parcerias para otimizar a estrutura disponível no país.
Médicas são maioria pela primeira vez
Pela primeira vez, as mulheres ultrapassaram os homens na medicina brasileira. Em 2025, elas representam 50,9% dos médicos no país, um aumento expressivo desde 2010, quando eram 41%.
No ensino médico, essa transformação já vinha se desenhando: 61,8% dos estudantes de Medicina em 2023 eram mulheres. Apesar disso, ainda há desigualdade na ocupação de especialidades. Hoje, as médicas são maioria em apenas 20 das 55 especialidades, com destaque para Dermatologia, em que representam mais de 80% dos profissionais.
O crescimento da Residência Médica
Entre os médicos especialistas, 63,7% conquistaram o título por meio da Residência Médica, enquanto 36,3% foram titulados pelas sociedades médicas vinculadas à AMB.
O levantamento também revelou que 1 em cada 5 especialistas possui dois ou mais títulos, o que mostra a busca contínua por qualificação um ponto importante em um cenário cada vez mais competitivo.
Atlas da Demografia Médica e novos dados
Pela primeira vez, o estudo traz o Atlas da Demografia Médica, com dados detalhados por estado e especialidade. Além disso, a edição de 2025 inclui análises inéditas sobre a renda dos médicos, vínculos de trabalho e dados sobre o ensino médico no país.
Com isso, a Demografia Médica no Brasil 2025 se torna uma das fontes mais relevantes para pensar o presente e o futuro da profissão médica, orientando políticas públicas e estratégias para garantir uma assistência de qualidade.
Esses são os principais dados da nova edição da Demografia Médica 2025!
Esses são os principais destaques sobre a Demografia Médica 2025. O estudo mostrou que o aumento do número de mulheres na Medicina é uma mudança significativa, que demonstra a transformação no perfil da profissão que se torna cada vez mais inclusiva e diversificada.
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