A demência é uma condição crônica e progressiva que, geralmente, afeta pessoas idosas, mas, em alguns casos, ela também pode ser diagnosticada em indivíduos abaixo de 65 anos.
Essa doença é caracterizada pelo declínio cognitivo de forma lenta e gradual, que pode comprometer a memória, a linguagem, a orientação,a atenção, a capacidade de pensar, aprender, raciocinar, tomar decisões e até discernir questões mais simples do dia a dia.
Além disso, a demência pode se manifestar de diferentes formas, com sintomas variados.
Podem ter sintomas relacionados à saúde mental, mudanças de comportamentos e dificuldade de realizar atividades comuns.
Por ser uma doença cercada de falta de informação e estigmatização, elaboramos esse artigo com tudo que você precisa saber sobre a demência, como sintomas mais comuns, estágios da doença, diagnóstico e os tratamentos disponíveis.
A demência é quando há diminuição das capacidades cognitivas do indivíduo ou de comportamento, comprometendo dessa maneira algumas funções da cognição. Dessa forma, ela pode afetar memória, linguagem, atenção e o comportamento geral.
Por conta dessa condição, a demência tem um impacto relevante na qualidade de vida da pessoa afetada, diminuindo a execução de tarefas cotidianas, além de refletir também na perda de habilidades comuns e atividades realizadas previamente.
Em muitos casos, os pacientes apresentam confusão e não conseguem lembrar de recordações antigas e também eventos recentes, como algo que acabaram de fazer ou falar, por exemplo.
Dessa forma, a demência afeta também a família, que precisa mudar toda a rotina e adaptar-se às novas necessidades do paciente.
Para se ter uma ideia, a demência é uma doença que afeta cerca de 1,76 milhão de pessoas de alguma maneira, segundo uma reportagem da revista pesquisa FAPESP realizada em 2023.
Ainda conforme a pesquisa, casos da doença podem atingir 5,5 milhões até 2050 com o envelhecimento da população. Por isso, conhecer todos os aspectos da demência é tão importante.
Tipos de demência
A demência possui diferentes tipos, que comprometem o cérebro de formas distintas, resultando em sintomas variados. Confira os tipos mais comuns:
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é a forma mais conhecida desta doença. Acredita-se que ela esteja relacionada a um desequilíbrio na formação de proteínas, com acúmulo de proteínas no tecido cerebral, o que resulta na degeneração e também na morte de neurônios, o que leva à perda gradual das funções cognitivas.
Os sintomas incluem, principalmente, a perda de memória, dificuldade na linguagem, confusão mental, alteração de humor, etc.
Contudo, essa doença é progressiva e os sintomas podem ir piorando ao longo do tempo, por isso é importante realizar o tratamento não medicamentoso e não medicamentoso para reduzir essa progressão.
No estágio leve, o paciente apresenta perda de memória recente, dificuldades de linguagem, de organização e confusão mental. Na fase intermediária, há o agravamento da perda de memória, dificuldade em reconhecer familiares, confusão mental mais significativa, mudanças de humor e dificuldade em realizar atividades diárias.
No estágio avançado, a pessoa tem uma perda de memória mais intensa, maior dificuldade de se comunicar, apresenta desorientação, mudanças comportamentais, redução da mobilidade e da coordenação. Além de maior dependência para as funções básicas
Por isso, essa condição exige tratamento e cuidados específicos para gerenciar os sintomas e apoiar a qualidade de vida.
Demência vascular
Já a demência vascular é uma condição provocada por problemas na circulação sanguínea cerebral, com comprometimento vascular, provocando alterações na cognição.
Entre as causas mais comuns desse tipo de demência está o AVC (Acidente Vascular Cerebral), que pode apresentar sintomas diversos dependendo da área cerebral comprometida pela doença. Mas também podem ocorrer por microinfartos e hemorragia
Demência Frontotemporal
Por sua vez, a demência frontotemporal afeta a região frontal e/ou temporal do cérebro, que resulta em alterações no comportamento e na cognição do indivíduo.
Por conta do comprometimento dessas áreas cerebrais, a pessoa também pode apresentar dificuldades de linguagem, perda de inibição social e dificuldade de sentir empatia.
Demência com corpos de Lewy
Já a demência com corpos de Lewy é uma condição associada ao acúmulo de proteínas (“corpos de Lewy”) no sistema nervoso.
Dessa forma, assim como acontece com a doença de Parkinson, ela também apresenta sintomas, como rigidez muscular, modificações na rotina de sono, alterações comportamentais, alucinações e tremores.
Quais são os estágios da demência?
A demência é uma doença que pode passar por vários estágios, que progridem na maioria das vezes e afetam as capacidades funcionais e cognitivas da pessoa de diferentes maneiras.
Conheça cada uma das fases da demência:
Estágio inicial: as pessoas afetadas apresentam pequenos lapsos de memória, além de dificuldade em usar as palavras certas, além de não conseguirem lembrar nomes, além de dificuldades para executar atividades cotidianas, desorientação em lugares conhecidos e mudanças leves no comportamento.
Estágio moderado: deterioração da memória de maneira significativa, com dificuldade em falar e com a necessidade de assistência contínua, além de precisar de ajuda para ações simples, como se vestir e se alimentar.
Estágio severamente avançado: redução/ausência da capacidade de comunicação verbal, dificuldades de deglutir e dependêncial, necessidade de assistência contínua para cuidados pessoais, deterioração crescente da memória e da comunicação, além da redução/perda de mobilidade, de habilidades físicas e cognitivas, além de necessidade de cuidados constantes.
O que provoca a demência?
A demência é provocada por diversos fatores, dependendo do tipo da demência existente, no geral podem lesões nas células nervosas, que comprometem a comunicação entre eles, afetando suas funções normais.
Esses dados são localizados em áreas específicas do cérebro, sendo que cada região é responsável por funções distintas. Por isso, os indivíduos podem apresentar sintomas distintos.
Fatores de risco da demência
Além disso, há ainda outras condições que podem estar associadas ao diagnóstico de demência, como.
Idade avançada;
Doenças cardiovasculares;
Diabetes;
Tabagismo;
Antecedentes familiares de demência;
Hábitos de vida não saudáveis.
Vale ressaltar que, apesar de não ser uma relação causal, esses fatores favorecem o surgimento da doença. Por isso é importante realizar também a prevenção.
Quais são os sintomas da demência?
Os sintomas da demência podem variar conforme o tipo da doença, além de outros aspectos individuais da pessoa. No entanto, os sinais são os seguintes:
Dificuldades de memória: a doença compromete a capacidade de lembrar eventos recentes e também de recordações mais antigas.
Problemas de atenção: a concentração pode ser afetada de forma significativa, o que pode impossibilitar a realização de tarefas.
Dificuldades de raciocínio: a capacidade de pensar de maneira lógica e resolver problemas pode se tornar uma tarefa complexa.
Perda de palavras: dificuldade em encontrar e usar palavras de forma adequada.
Desorientação e confusão: o paciente pode se sentir perdido e desorientado em relação ao tempo e ao espaço.
Comprometimento nas tarefas diárias: atividades como alimentação, higiene e escovar os dentes tornam-se difíceis.
Lembrando que os sintomas cognitivos podem variar de acordo com o tipo de demência, com os estágios e fases vivenciadas por cada indivíduo.
Além disso, em muitos casos, é possível que o indivíduo apresente ainda períodos de irritação ou agressividade intercalados com comportamentos normais.
Para diferenciar a demência de outras condições de saúde, você deve sempre consultar com profissional, pois é a pessoa habilitada para realizar esse tipo de diagnóstico. Mas pode levar em consideração características e sintomas específicos de cada uma.
A demência é caracterizada por um declínio gradual e progressivo das funções cognitivas, comprometendo a memória, linguagem e raciocínio, afetando a qualidade de vida e as atividades diárias
Em contraste, outras condições, como delírio, por exemplo, podem surgir repentinamente, geralmente causadas por fatores tratáveis, como infecções.
No caso da depressão, ela também pode prejudicar a memória e a concentração, porém, ela está associada a sentimentos de tristeza e o indivíduo conquista uma melhora com o uso de antidepressivos.
Vale lembrar que a avaliação médica é essencial para diferenciar essas condições e definir o tratamento apropriado.
Como é feito o diagnóstico de demência?
Para realizar o diagnóstico de demência, o ideal é que a família busque por um médico especializado, o neurologista ou geriatra.
Dessa forma, o médico fará uma avaliação clínica com uma entrevista completa com o paciente e também com seus familiares, além de conhecer o histórico médico e os sintomas apresentados.
Para complementar a avaliação, o médico realiza solicitação exame de imagem, que inclui ressonâncias magnéticas e/ou Tomografia de crânio, que possibilitam a identificação de mudanças estruturais que podem sinalizar demência. E ainda pode ser pedido exame neuropsicológico para analisar as funções cognitivas do paciente.
Além disso, exames laboratoriais também são solicitados para descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes.
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Em caso da necessidade de exame presencial, o médico pode encaminhar o paciente para exames e, depois, ele pode retornar para revisão dos resultados e acompanhamento contínuo da doença.
Como é o tratamento da demência?
A demência é uma doença que não tem cura, mas, hoje em dia, há diferentes tratamentos, que apresentam resultados promissores na redução dos sintomas e também na mitigação de sua progressão.
De forma geral, o tratamento para demência inclui o uso de medicamentos que podem melhorar a função mental e outras abordagens medicamentosas, como antidepressivos, no caso de pessoas que apresentam outras condições, como depressão.
No entanto, é importante lembrar que a automedicação nunca é indicada. O ideal é que o tratamento medicamentoso seja prescrito pelo especialista.
O médico também pode solicitar sessões de terapia ocupacional e estimulação cognitiva para possibilitar que o paciente tenha mais independência nas atividades do cotidiano. Além de realização de atividade física, interação social, músicas e atividades manuais.
Somado a isso, o tratamento também pode incluir ainda a adoção de uma dieta adequada, com alimentos que melhoram a saúde geral, como frutas, vegetais, grãos integrais e fontes de proteínas magras, além da adoção de medidas de segurança e apoio, que incluem alterações no ambiente e suporte de cuidadores.
Como prevenir a demência?
Embora muitos aspectos relacionados à demência ainda sejam desconhecidos, a ciência trabalha no sentido de encontrar métodos de prevenção e tratamento adequado da doença.
Alguns estudos sugerem que adotar práticas saudáveis pode contribuir com a prevenção da doença. Entre elas, podemos citar as seguintes:
Atividades físicas regulares;
Dieta equilibrada;
Sono adequado
Atividades para estimular o cérebro, como leituras e prática de instrumentos musicais;
Controle de estresse;
Cultivo de relacionamentos positivos e saudáveis.
Essas práticas ajudam na promoção da saúde cerebral e podem reduzir o risco de desenvolver demência.
Como lidar com a demência?
Lidar com a demência nem sempre é tarefa fácil; afinal, toda a família precisa conhecer sobre os sintomas da doença e compreender seus impactos na rotina diária.
Primeiramente, os familiares devem entender quais são as necessidades das pessoas com demência, como a doença evolui e quais serão os cenários que poderão surgir ao longo do tempo.
Além disso, a busca por apoio profissional também é importante nesse contexto, como enfermeiros, cuidadores e até de assistentes sociais que podem auxiliar na obtenção de benefícios e recursos disponibilizados pelo governo.
Somado a isso, grupos de apoio e aconselhamento também podem ser valiosos tanto para o paciente quanto para os familiares.
No caso dos familiares, é importante que todos também tenham um olhar para si, busque apoio emocional, mantenha conexões sociais e pratique seus hobbies e atividades para preservar seu bem-estar físico e mental.
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