Na última sexta-feira (14) esteve na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP) uma delegação, composta por diretores e pesquisadores seniors de diversas instituições de pesquisa e fomento inglesas (JIC, IFR, Babraham, Roslin, Pirbright, TGAC, Rothamsted Research, IBERS, University of Nottingham, University of Bristol, University of Warwick, e BBSRC) com o objetivo de conhecer as linhas de pesquisa e visitar laboratórios e experimentos de campo da Unidade.
Os principais temas de interesse foram biologia animal e vegetal, produção vegetal, proteção de plantas, biotecnologia, metagenômica, informática, ciência do solo, bioprospecção, biodiversidade, microbiologia do solo e mudanças climáticas - em especial o experimento FACE (Free Air Carbon Enrichment).
A Delegação foi recepcionada por Marcelo Morandi, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, que fez uma apresentação da missão e atividade da Embrapa Meio Ambiente na interface agricultura e meio ambiente. Logo depois, a delegação visitou o Laboratório de Microbiologia Ambiental, o Laboratório de Resíduos e Contaminantes e, no campo, o experimento FACE.
No Face, Raquel Ghini, pesquisadora e líder do projeto Climapest, explicou que o experimento, pioneiro no efeito da elevação do CO2 na cultura do café, abrange uma área de 6,5 hectares. Nele foram montados 12 anéis com 10m de diâmetro, numa distância de 70m entre cada um, sendo 6 deles têm injeção de CO2 e seis, sem CO2 adicional. A injeção de CO2 teve início em agosto de 2011.
No Laboratório de Microbiologia Ambiental, Itamar Melo, pesquisador responsável, apresentou os vários projetos em andamento naquele laboratório, com ênfase na utilização de metagenômica para explorar a biodiversidade e a descoberta de novos microrganismos e genes de interesse agronômico, industrial e farmacêutico.
A Delegação também conheceu a coleção de micro-organismos de importância agrícola e ambiental. A Coleção contem quase 20 mil isolados de fungos, bactérias, leveduras, arqueias e actinobactérias. Dentre eles há micro-organismos endofíticos, obtidos de vários biomas, como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e manguezais; actinobactérias associadas a insetos; fungos celulolíticos como o Trichoderma; bactérias associadas a líquens e algas marinhas da Antártida; fungos e bactérias agentes de controle biológico; fungos pigmentados produtores de corantes; e bactérias associadas aos crustáceos, que são produtoras de antibióticos.
No Laboratório de Resíduos e Contaminantes foram mostradas as pesquisas desenvolvidas na área de química analítica, a fim de se obter métodos capazes de detectar e quantificar resíduos e contaminantes que possam estar presentes em diversas matrizes como: água, solo, frutas, peixes, entre outros. Para isso são utilizados equipamentos sofisticados, como cromatógrafos acoplados à espectrômetros de massas, dentre outros. Conforme Vera Ferracini, pesquisadora responsável pelo Laboratório, a equipe atende projetos de pesquisa da Embrapa Meio Ambiente e também de outras Unidades.
O período de visita da delegação ao Brasil foi de 8 a 15 de junho. Além da Embrapa Meio Ambiente, visitaram o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Unidades da Embrapa Agroenergia, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Cerrados e Informática Agropecuária, a Universidade de Brasília, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), o Laboratório de Luz Sincroton, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade de São Paulo (USP).
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