Os produtores costumam lançar os efluentes brutos diretamente no solo, com o intuito de aproveitá-los como adubo. Mas sem tratamento, esses resíduos poluem o solo e a água, como mostra estudo da Esalq
Um levantamento feito em 69 propriedades suinícolas (em que há criação de porcos) do estado de São Paulo mostrou que 77% das granjas não possuem sistemas de tratamento de efluentes animais (dejetos), que têm alto potencial poluidor.
As granjas foram contatadas por meio de questionários que buscavam informações como número de animais, produção, utilização, manejo e volume dos efluentes. De acordo com o levantamento, propriedades que não utilizam nenhum sistema de tratamento aplicam os efluentes diretamente no solo, com o intuito de aproveitá-lo como adubo orgânico. Esse processo porém, sem um plano técnico de manejo e tratamento causa a poluição de rios e riachos, reduz o teor de oxigênio dissolvido na água, provoca a morte de peixes, a disseminação de patógenos, mau cheiro e contaminação de águas potáveis.
A pesquisa é fruto de uma tese de doutorado elaborada pela engenheira agrícola Edilaine Regina Pereira no Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
Propriedade modelo -- A segunda fase da pesquisa priorizou o estudo de uma propriedade, considerada modelo no Estado, localizada no município de Salto (SP). O objetivo era analisar a água residuária no sistema de produção e de tratamento de efluentes e seu reuso no cultivo de pastagens agrícolas. Como não existe ainda uma legislação específica que trate dos efluentes da produção animal, a pesquisadora baseou-se em legislações mais gerais, como as do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da US Environmental Protection Agency (Usepa - EUA), cujas regras valem principalmente para o tratamento de esgotos e efluentes industriais, bem menos tóxicos que os da produção animal.
A partir dessas normas, Edilaine estabeleceu limites quanto aos elementos químicos, físicos e microbiológicos das amostras. "O efluente não pode, em hipótese alguma, ser lançado no rio, mas pode ser reutilizado como fertilizante sem causar danos maiores às plantas e ao solo, desde que passe por tratamento", afirma a pesquisadora.
Entretanto, Edilaine encontrou uma "controvérsia" entre o nível de tratamento ambientalmente ideal e o método que o produtor considera vantajoso economicamente. "O produtor costuma lançar o efluente bruto [sem tratamento] diretamente no solo, quando o ideal seria que ele passasse por lagoas de tratamento e, assim, perdesse grande parte de seu potencial poluidor", explica.
O professor Iran José Oliveira da Silva foi o orientador do estudo, que se estendeu de maio de 2002 a dezembro de 2005, com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Um levantamento feito em 69 propriedades suinícolas (em que há criação de porcos) do estado de São Paulo mostrou que 77% das granjas não possuem sistemas de tratamento de efluentes animais (dejetos), que têm alto potencial poluidor.
As granjas foram contatadas por meio de questionários que buscavam informações como número de animais, produção, utilização, manejo e volume dos efluentes. De acordo com o levantamento, propriedades que não utilizam nenhum sistema de tratamento aplicam os efluentes diretamente no solo, com o intuito de aproveitá-lo como adubo orgânico. Esse processo porém, sem um plano técnico de manejo e tratamento causa a poluição de rios e riachos, reduz o teor de oxigênio dissolvido na água, provoca a morte de peixes, a disseminação de patógenos, mau cheiro e contaminação de águas potáveis.
A pesquisa é fruto de uma tese de doutorado elaborada pela engenheira agrícola Edilaine Regina Pereira no Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
Propriedade modelo -- A segunda fase da pesquisa priorizou o estudo de uma propriedade, considerada modelo no Estado, localizada no município de Salto (SP). O objetivo era analisar a água residuária no sistema de produção e de tratamento de efluentes e seu reuso no cultivo de pastagens agrícolas. Como não existe ainda uma legislação específica que trate dos efluentes da produção animal, a pesquisadora baseou-se em legislações mais gerais, como as do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da US Environmental Protection Agency (Usepa - EUA), cujas regras valem principalmente para o tratamento de esgotos e efluentes industriais, bem menos tóxicos que os da produção animal.
A partir dessas normas, Edilaine estabeleceu limites quanto aos elementos químicos, físicos e microbiológicos das amostras. "O efluente não pode, em hipótese alguma, ser lançado no rio, mas pode ser reutilizado como fertilizante sem causar danos maiores às plantas e ao solo, desde que passe por tratamento", afirma a pesquisadora.
Entretanto, Edilaine encontrou uma "controvérsia" entre o nível de tratamento ambientalmente ideal e o método que o produtor considera vantajoso economicamente. "O produtor costuma lançar o efluente bruto [sem tratamento] diretamente no solo, quando o ideal seria que ele passasse por lagoas de tratamento e, assim, perdesse grande parte de seu potencial poluidor", explica.
O professor Iran José Oliveira da Silva foi o orientador do estudo, que se estendeu de maio de 2002 a dezembro de 2005, com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).