Até o final deste ano o Brasil terá o primeiro decodificador de televisão digital a ser adotado pelo País. Ele independe do padrão internacional (americano japonês ou europeu).
O equipamento está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), coordenado pelo professor João Antonio Zuffo, do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI).
Empresas como Rede Globo, TVA e a japonesa NEC já demonstraram interesse pelo produto. A previsão é de que o equipamento, ao ser produzido em larga escala, seja comercializado por R$200.
Decodificador um aparelho que, ao ser acoplado numa televisão comum, transforma os sinais analógicos em digitais.
Segundo o pesquisador Marco Antonio Dal Poz, o aparelho com características é inédito no mundo. O grande diferencial está em poder ter sua configuração alterada por meio de sinais na rede de transmissão (antena, internet, satélite, cabo ou linha telefônica), conforme a evolução tecnológica, além de não depender de qualquer padrão digital internacional. "A vida útil de um computador é de cerca de dois anos. Esse equipamento nunca ficará desatualizado, pois é possível atualizar seu Hardware e software por meio de sinais na rede de transmissão", diz Poz.
Para Dal Poz, o aparelho foi desenvolvido para atender plataformas mais avançadas que as disponíveis nos padrões americano, europeu e japonês.
Os padrões existentes são baseados em compressão de vidro MPEG 2 (Motion Pkture Experts Group). O novo equipamento suporta até MPEG 4.
"Já estão surgindo novas tecnologias, que logo superarão os padrões existentes. Por isso desenvolvemos um sistema com um chip reconfigurável. Os circuitos implementados podem ser modificados", diz Dal Poz.
MPEG é um grupo internacional formado por cientistas de diferentes países, que trabalham para desenvolver novos padrões de tecnologia digital.
O chip utilizado no novo equipamento é denominado FPGA (Field Progranunable Gate Array). Ele é fornecido pelas empresas Xilinx, Altera e Lattice.
O projeto começou a ser desenvolvido em 1999. Foram investidos R$ 25 mil provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), e também recursos da japonesa Nec.
"Por causa da alta do dólar, a Nec parou de financiar o programa", diz o pesquisador.
Segundo Dal Poz, esse novo equipamento é voltado para atender a sociedade em geral.
"Ele interessa ao usuário, que não precisará trocar de equipamento; ao governo, que poderá disseminar o uso da TV Digital e internet no Brasil; e também às transmissoras e fabricantes", diz o pesquisador.
O Brasil ainda não definiu quais os padrões a serem adotados. Para Dal Poz, o mais indicado é o japonês, pois é o mais avançado tecnologicamente. Philips
A Philips é uma das fabricantes instaladas no País, que irá fabricar decodificadores e televisões digitais.
A previsão é que seus investimentos iniciais sejam de US$ 30 milhões, caso o padrão europeu seja adotado no País.
De acordo com a empresa, ao contrário do novo equipamento desenvolvido pela USP, os decodificadores da Philips dependem da escolha de um padrão internacional.
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DCI