Durante um bate-papo promovido pela FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), no dia 10 de setembro, os participantes abordaram a importância das startups de base científica e tecnológica (deeptechs) no Brasil e avaliaram as fontes de financiamento necessárias para apoiar estes projetos de inovação. Nesta mesa-redonda, os especialistas destacaram que é preciso, contudo, que saibam pleitear os recursos de forma estratégica, avaliar o momento oportuno e levar em conta os níveis de maturidade e risco, além de escolher os melhores parceiros.
A mesa-redonda “Da ideia ao mercado: fontes de financiamento a projetos de inovação tecnológica no Estado de São Paulo” fez parte da abertura da Expo PIPE-FAPESP – Inovação, empreendedorismo e impacto – mostra de soluções inovadoras e de alto impacto tecnológico desenvolvidas por 19 startups apoiadas pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.
Composta por pôsteres e vídeos de outras 20 startups apoiadas, produzidos originalmente para a série Ciência SP, da Agência FAPESP, a exposição ficou em exibição até 19 de setembro no Espaço V Centenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
“Se olharmos para o ecossistema de investimento em startups no Brasil há dez, 15 anos, veremos que não era completo. Uma startup que precisasse fazer uma captação de investimentos de série A [a primeira rodada de financiamento após o estágio inicial de investimento, conhecida como série-semente ou seed] ou B [a terceira etapa de financiamento de investidores-anjo] tinha de ir para fora do país e enfrentava muita dificuldade de acessar os instrumentos. Hoje o mercado está supercompleto, ou seja, o ciclo fechou. As startups conseguem inicialmente sair de uma agência de financiamento, como a FAPESP, depois ir para um grupo de anjo, pegar dinheiro de fundos de investimentos e vender a empresa, tudo aqui dentro do Brasil”, avaliou Flavio Levi Moreira, diretor de investimentos da Anjos do Brasil.
Em uma fase inicial, as deeptechs podem buscar fomento de programas como o PIPE, da FAPESP. À medida que forem crescendo, é preciso que passem a diversificar suas fontes de financiamento, ponderou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP.
“Agências de fomento como a FAPESP têm um papel importante nesse sistema [de financiamento de deeptechs] porque a vida inicial de um empreendedor não é simples e o mercado não tem produto para esse seed money. Mas a gente brinca que o PIPE é o ‘jardim de infância’ das startups. À medida que se tornam grandes, elas têm de ir para a Desenvolve São Paulo ou para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], por exemplo”, avaliou Pacheco.
O objetivo da Desenvolve São Paulo, uma agência de fomento paulista, é financiar ideias que não apresentam todas as garantias exigidas tradicionalmente no mercado de crédito, explicou Ricardo Brito, diretor-presidente da instituição.
A FAPESP já investiu, por meio do PIPE, mais de um R$ 1 bilhão para financiar projetos de inovação de deeptechs paulistas, espalhadas por mais de 160 municípios do Estado de São Paulo, sublinhou Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.
“O PIPE tem o objetivo de apoiar a pesquisa tecnológica e inovativa para promover o desenvolvimento e a competitividade dessas pequenas empresas, gerando renda e empregos no Estado de São Paulo”, explicou o dirigente.
A fim de ajudar as startups apoiadas pelo PIPE a ter acesso a outras fontes de financiamento após passarem pelo programa, a FAPESP lançou nos últimos anos um conjunto de iniciativas, como participação em fundos de investimentos e cadastramento de redes de investidores-anjo.
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Fonte: Agência Fapesp