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Bio-Manguinhos

Dados abertos: um caminho para a ciência cidadã

Publicado em 18 junho 2018

Para debater a importância da ciência aberta e dos dados, em prol de uma visão mais transparente e participativa, a Fiocruz promoveu um encontro sobre o tema, no dia 15 de junho, das 9h às 13h, no auditório do Museu da Vida, no campus de Manguinhos.

O evento contou com a participação do diretor de documentação da Universidade do Minho (Portugal), Eloy Rodrigues, referência nesse campo de estudos. Além dele, estiveram presentes na mesa o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto; o advogado especialista em proteção de dados e privacidade Danilo Doneda; e a pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), Vanessa Arruda.

Para apresentar a visão da Fiocruz em relação a abertura de dados, o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da entidade (VPEIC), Manoel Barral, fez uma fala inicial, seguido pela coordenadora de informação e comunicação dessa vice, Paula Xavier.

Para Barral, a abertura de dados deve avançar nas instituições, mas isso deve considerar a mensuração de riscos, o direitos dos indivíduos e a proteção intelectual. “Vemos uma avanço muito forte no cenário europeu, com incremento das discussões. Na Fapesp, já temos uma abertura de seleção para plano de gestão de dados. É uma nova realidade batendo à nossa porta”, afirmou.

Segundo Paula Xavier, uma das autoras do termo de referência, esse documento deve ser o norteador da discussão, pois contou com a participação de diversas áreas da Fundação. Para ela, é preciso superar a visão antiga de uma ciência fechada e com barreiras em prol da ciência aberta, que envolve participação do cidadão na produção do conhecimento, compartilhamento de resultados e práticas de todas as etapas da pesquisa e também revisão aberta entre pares.

Ela citou o exemplo das revistas de dados, ou data papers, que já representam um novo modelo de publicação científica. O pesquisador Eloy Rodrigues complementou que existem diversas plataformas de publicação e criação de um plano de gestão de dados abertos, mas que isso precisa ser praticado no cotidiano das instituições. “Precisamos, além da teoria, investir em uma infraestrutura da ciência aberta, envolvendo comunicação, diretrizes universais e a questão das exceções, como no caso de dados de paciente”, ponderou.

Jornalista : Isabela Pimentel