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SEMIL - Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SP)

Curso sobre óleos essenciais realizado em Jaú destacou a importância da biodiversidade brasileira e suas possibilidades de uso sustentável (1 notícias)

Publicado em 10 de janeiro de 2025

Os óleos essenciais são substâncias voláteis e concentradas extraídas de plantas aromáticas, que contêm compostos naturais responsáveis por seus aromas característicos. Esses óleos capturam o “essencial” da planta, incluindo sua fragrância e propriedades químicas. Eles são geralmente obtidos por métodos como destilação a vapor, prensagem a frio ou extração com solventes, dependendo da parte da planta usada, como folhas, flores, cascas, raízes ou sementes. Cada óleo essencial tem uma composição química única, que determina seu aroma e seus possíveis benefícios terapêuticos. Os óleos essenciais são amplamente utilizados em aromaterapia, cosméticos, produtos de limpeza, medicina natural e até em alimentos, em doses extremamente pequenas. É importante usá-los com cautela, pois são altamente concentrados e podem causar reações alérgicas ou irritação se não forem diluídos adequadamente antes do uso ou se utilizados sem orientação adequada.

No dia 30 de outubro de 2024, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) realizou, junto a parceiros, o curso “Biodiversidade das florestas nativas e produção de óleos essenciais a partir de espécies brasileiras”. O curso aconteceu na Estação Experimental de Jaú, contou com aulas teóricas e práticas e reuniu cerca de 80 participantes, entre produtores rurais, técnicos, pesquisadores, professores, estudantes, profissionais de saúde, Ministério Público, diretores de secretarias municipais e extensionistas de toda a região.

O encontro teve como objetivo abordar os temas da biodiversidade e da restauração ecológica e divulgar o potencial de produção de óleos essenciais a partir da biodiversidade de plantas brasileiras, uma alternativa para a demanda de agricultores da região por possibilidades de produção e de retorno econômico em pequenas áreas. Recentemente foi instalado um meliponário na área, visando a fomentar a conservação das abelhas nativas na região. Assim, a iniciativa também incluiu o plantio de espécies nativas melíferas, medicinais e com potencial de produção de óleos essenciais na Estação Experimental de Jaú, que ampliarão a oferta de alimento para as abelhas e constituirão laboratório natural para atividades educativas e científicas.

A programação do evento teve palestras técnicas que abordaram os seguintes temas: “Biodiversidade brasileira e métodos para restaurá-la”, “Políticas públicas de plantas medicinais, aromáticas e fitoterápicos no estado de São Paulo e produção de óleos essenciais”, “Propriedades medicinais dos óleos essenciais das espécies nativas” e “Espécies nativas melhoradas para plantios comerciais”. O evento também contou com aulas práticas de destilação de óleos essenciais e de identificação de espécies nativas com potencial para produção de óleos essenciais, além de visitas técnicas ao meliponário e aos canteiros de espécies nativas aromáticas da Estação Experimental de Jaú.

“Durante o evento, o café foi um diferencial, pois procuramos servir alimentos naturais preparados com ingredientes da biodiversidade: geleias e patês com pimenta rosa, pães de mel de ora-pro-nóbis e de abóbora, bolos de maracujá e de mandioca, biscoito de amendoim, diversos sucos e chás naturais, etc. Isso para ficar de acordo com o tema do evento”, comentou Maria Teresa Toniato, pesquisadora científica do IPA.

Além do IPA, estiveram envolvidas diferentes instituições para a realização do curso, como a Fundação Florestal (FF), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), as APTAs Regionais de Piracibaba e de Pindamonhangaba, a Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral (Cati), a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

“A realização deste evento destacou os potenciais da Estação Experimental de Jaú para este tipo de atividade, aliando o uso do espaço natural da área protegida aos propósitos de educação ambiental, pesquisa científica, extensão rural e fomento ao meliponário que existe na unidade. A intenção é desenvolvermos ainda mais estes potenciais. O espaço e os propósitos da área são propícios também a outras inciativas, abordando, principalmente, meio ambiente, agricultura e saúde, contribuindo com políticas públicas municipais e estaduais”, concluiu a pesquisadora.